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Política 5m de leitura

Em Londrina, manifestantes protestam contra fim de prisão após 2ª instância

Empunhando cartazes, grupo se reuniu na rotatória das avenidas J.K e Higienópolis e seguiu em direção ao calçadão

ATUALIZAÇÃO
18 de novembro de 2019

Guilherme Marconi - Grupo Folha
AUTOR

 

Vestidos de verde e amarelo, manifestantes foram às ruas de Londrina na tarde deste domingo (17) contra o fim da prisão após o julgamento em 2ª instância. O protesto teve como o principal alvo o STF (Supremo Tribunal Federal) que,  por 6 votos a 5, mudou o entendimento sobre a jurisprudência no último dia 7 de novembro, o que levou à soltura de políticos já condenados, como o ex-presidente Lula, o ex-ministro José Dirceu (PT) e o ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB). Atos foram realizados em várias capitais como Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. 

A manifestação em Londrina começou às 15 horas na rotatória das avenidas J.K e Higienópolis e seguiu em direção ao calçadão. Segundo os organizadores, compareceram 3 mil pessoas. Já a Polícia Militar estimou cerca de 600 manifestantes.  O protesto foi organizado pelas redes sociais pelos movimentos Nas Ruas Londrina, Canal Canhota Não, e Direita Paraná. 

 

O impeachment do ministro da corte, Gilmar Mendes, também uniu o coro  dos manifestantes. Isso porque desde o ano passado, Mendes subiu o tom nas críticas à Lava-Jato, ao ministro da Justiça e Sergio Moro e ao Ministério Público e mudou seu entendimento sobre o tema.  Outras pautas o fim da PEC da Bengala e o Pacote Anticrime também foram levantadas. 

O pastor e psicólogo Glenio Fonseca Paranaguá discursou no carro de som antes da passeata. Segundo ele, o País vive uma grande insegurança jurídica com a mudança na interpretação da Constituição. "O Brasil está entre os pouquíssimos países que a condenação vai até o trânsito em julgado. E nós criamos uma classe de beneficiados, que tem recursos. É um momento sério e nós precisamos tomar uma posição." opinou.  Ele defende a maior participação dos cristãos e das igrejas neste movimento. "Eu creio num Estado laico, mas não significa um Estado sem profecia, pois quando não há profecia o povo perece"

 

A aposentada Silvia Albuquerque diz que saiu de casa no domingo sob forte calor para protestar contra a impunidade. "Votamos para um país diferente, mas as coisas estão demorando muito para acontecer.  O Congresso está patinando, STF a cada hora muda o entendimento de uma mesma Constituição, é uma insegurança muito grande. Já estamos perdendo a paciência." disse. 

 

O engenheiro civil, Sergio Sorgi, observou que a mobilização, inclusive nas redes sociais, foi mais fraca desta vez.  "É uma questão de consciência de cada um, infelizmente uma parte da população está acomodada. Ele também foi protestar para que o Congresso coloque em pauta a PEC pela prisão em segunda instância. "Essa mudança de entendimento demostra que há algo de podre no STF e essa era uma situação que já estava definida desde 2016."  Em Londrina, o protesto contou com a presença do deputado Filipe Barros (PSL).

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