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PAC OU PEDÁGIO? 5m de leitura

Contorno Leste une lideranças, mas forma de financiamento não é consenso

Tercilio Turini pede obra no lote 3 do pedágio; já Luísa Canziani tenta incluir iniciativa no PAC do governo federal

ATUALIZAÇÃO
22 de maio de 2023

Lucas Marcondes
AUTOR

Imagem ilustrativa da imagem Contorno Leste une lideranças, mas forma de financiamento não é consenso

A necessidade de viabilização célere do Contorno Leste tem sido uma pauta praticamente unânime entre lideranças políticas e econômicas de Londrina. A maneira de tirar essa ideia do papel, entretanto, ainda não é consenso entre quem tenta convencer os governos Lula (PT) e Ratinho Junior (PSD) da necessidade de realizar a obra vislumbrada há pelo menos três décadas.

A criação de uma nova conexão rodoviária entre a PR-445 e a BR-369 esteve novamente em pauta na sexta-feira (19), em uma reunião pública promovida na Câmara Municipal de Londrina (CML).

Um dos entusiastas do tema, o deputado estadual Tercilio Turini (PSD), assim como disse à FOLHA no fim de abril, voltou a reivindicar durante o encontro que Londrina e região não podem perder a oportunidade de cobrar a inclusão da iniciativa no lote 3 do novo modelo de pedágio em fase de implantação do Paraná.

Luísa tenta PAC

Já Luísa Canziani, que é do mesmo PSD de Turini, segue a defender outra maneira de desatar o nó do Contorno Leste. A deputada federal tenta emplacar a execução da empreitada no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal

“A minha avaliação é que dificilmente a obra do Contorno Leste será incluída no contrato de concessão das rodovias estaduais porque está prevista a obra do Contorno Norte. Estamos trabalhando para conseguir que essa obra [Contorno Norte] seja executada já nos primeiros anos de concessão. Acredito que é essa luta que precisamos travar”, comentou em declaração enviada à FOLHA por sua assessoria de imprensa.

Luísa Canziani defende desatar o nó do Contorno Leste pelo Programa de Aceleração do Crescimento
 

A solução via PAC, todavia, ainda é alvo de tratativas com a gestão petista. “A equipe do ministro [da Casa Civil, Rui Costa] argumentou que há dificuldades em incluir no PAC uma obra que faça a ligação entre uma rodovia federal com uma rodovia estadual, mas que há a possibilidade de fazer essa conexão se for com rodovias federais. Dessa forma, a equipe afirmou que essa questão seria discutida internamente no ministério, inclusive, com a possibilidade de elaboração do projeto da obra, bem como sua inclusão no PAC”, acrescentou Canziani.

Barros busca ação unificada

Seja qual for a fonte de financiamento, o discurso comum no momento é de união de esforços para sensibilizar quem tem a caneta na mão, como evidenciou o deputado federal Filipe Barros (PL) em ofício enviado por ocasião do encontro na CML

 

“Estamos solidificando as tratativas com o governador Ratinho Junior [PSD] para que seja uma ação unificada do governo do Paraná, norte do Paraná, Londrina e região metropolitana, envolvendo todas as forças políticas, como deputados federais, senadores, deputados estaduais, vereadores, prefeitos e lideranças sociais e produtivas.”

Uma das apostas de Barros para começar a destravar o projeto se dá por uma emenda da bancada federal do Paraná aprovada no orçamento da União para 2023 que assegura recursos para a realização do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental do Contorno Leste – mas, por ora, não há informações se o Evtea será colocado em prática pelo governo Lula.

ANTT ausente

Além disso, um dos desafios em curto prazo é trazer a Agência Nacional de Transportes Terrestres mais próxima do debate, já que a ANTT não enviou nenhum representante à agenda no Legislativo. Turini lembrou que, no governo de Jair Bolsonaro (PL), o órgão federal chegou a listar o Contorno Leste como uma das intervenções contempladas nas novas concessões de pedágio.

 

“Foi retirado do ponto de vista político, não técnico. Depois de dois anos e meio, não recebemos nenhuma notícia, apesar das cobranças. A sensação é de que fui enganado”, criticou o parlamentar.  

Chiorato acionado

A agenda de sexta no Legislativo foi coordenada pela Comissão de Desenvolvimento Econômico e Agronegócio e pela Comissão Especial de Acompanhamento do Novo Modelo de Pedágio do Paraná. O presidente do último grupo, Mestre Madureira (PP), adiantou que estará com o deputado estadual Arilson Chiorato (PT) nesta segunda-feira (22) para reforçar o coro sobre a demanda.

O vice-presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Norte do Paraná), Gerson Guariente, salientou na reunião que os contornos Leste e Norte são “questão de sobrevivência da população”, pois o registro de acidentes automobilísticos – muitos deles fatais – é fato frequente nos trechos urbanos da PR-445 e BR-369.

Um dos encaminhamentos definidos na sexta-feira é o envio de um pedido de informações à CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização ) por parte do vereador Ailton Nantes (PP), que preside Comissão de Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, para obter um mapa atualizado da intensidade e gravidade dos acidentes na área urbana de Londrina, incluindo aqueles ocorridos na 369 e na 445.

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