Com cinco nomes já sendo ventilados nos bastidores (e fora deles), os possíveis candidatos do PSD à Prefeitura de Londrina em 2024 já conseguem chegar na lotação máxima de um carro popular. Quem vai assumir a direção rumo às urnas, no entanto, ainda é uma incógnita. O fiel da balança deve ser o “dono do veículo”, o governador Ratinho Junior, presidente do partido no Paraná.

A quinta figura é – assim como Cloara Pinheiro, Tercilio Turini e Tiago Amaral – um deputado estadual com base em Londrina e região. Trata-se de Cobra Repórter. Em recente entrevista exclusiva à FOLHA, o parlamentar disse ser um “soldado” do PSD que, se tiver a “benção” do mandatário da sigla, vai entrar na corrida (que, além do quarteto, conta com a deputada federal Luísa Canziani).

Cobra Repórter apontou sua proximidade com Ratinho Junior como um fator primordial para ajudá-lo a ingressar no eventual páreo. “Sempre que o governo tem alguma dúvida, ele me chama. Eu me considero uma pessoa de confiança do governador e deixo meu nome à disposição para o governo. Se o governo achar que o Cobra Repórter é um bom nome para a cidade de Londrina, e a população também aceitar, deixo o nome à disposição.”

Ao mesmo tempo, ele disse estar “trabalhando bastante” e “bem focado” em seu terceiro mandato consecutivo na Assembleia Legislativa (AL). “Não estou nem pensando em eleição municipal, mas, se chegar lá na frente, e o governo pegar e falar ‘Quero o Cobra’, eu sou um soldado e quero ajudar.”

Com contornos de uma “guerra fria” até o momento, o embate interno no PSD talvez seja o caso mais emblemático sobre como, a menos de um ano para o pleito, segue bastante aberto o cenário de personagens que tentam assumir a cadeira de Marcelo Belinati (PP). O prefeito entregará o comando do Executivo após dois mandatos consecutivos e não tem sinalizado que buscará emplacar sucessor.

“SE TIVER BONS PROJETOS, GOVERNO ABRAÇA”

Assunto destacado na agenda pública de Londrina e região em 2023, a infraestrutura é vista como prioridade pelo deputado estadual, que defende a execução de obras de grande porte como o primeiro passo para atrair mais indústrias ao norte do Paraná.

“É importante a união no sentido de juntar as forças políticas de Londrina, da região e ir até o governador exigir mais obras para nossa região. O governador tem atendido as demandas, agora é importante ter projetos. Se tiver bons projetos, o governo abraça a causa. Essa é uma das vertentes que acho que ainda falta a gente avançar um pouco mais.”

Uma das fontes de dinheiro para isso, conforme Cobra, são as verbas bilionárias oriundas da venda da Companhia Paranaense de Energia (Copel) encabeçada pela gestão Ratinho. Segundo ele, embora o Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR) não concorde com a utilização do montante também para intervenções em infraestruturas municipais, as cidades merecem sua “fatia de obras”.

“Dinheiro vai ter. Agora, se a gente chegar com coisas picadas, se cada município levar seu individual, isso vai ser muito pequeno perto daquilo que a gente pode fazer pela nossa região”, comentou, sustentando que o governador é um “apaixonado por obras grandes”, mas “a grande dificuldade do estado é o projeto”.

EXEMPLOS DE MARINGÁ E DO OESTE

Para o parlamentar, Londrina e os municípios de seu entorno – apesar de, nas palavras dele, estarem “melhorando nesse sentido” – precisam se espelhar em exemplos que vêm de outras partes do Paraná para fazer valer sua fatia dentro desse novo bolo de recursos.

“É assim em outras regiões. Por exemplo, Maringá se desenvolveu muito fazendo isso, a região oeste do Paraná se desenvolveu muito fazendo isso, e eu vejo isso em Curitiba: cada vez que vai reivindicar uma coisa, toda a classe política da capital acaba se tornando presente. Isso ainda falta em Londrina.”