Também de olho no tabuleiro político que já tem sido movimentado em Londrina para a eleição a prefeito de 2024, Tercilio Turini (PSD) não descarta deixar o próprio partido para se abrigar em outra sigla e conseguir disputar o Executivo local.

As tratativas, de acordo com o deputado estadual, têm sido em busca de uma desfiliação consensual. “Temos até conversado com outros deputados do partido, com a própria cúpula do partido da possibilidade. Se não tiver espaço, se for viável a candidatura, que a gente poderia ser liberado pelo partido para se acomodar em uma outra legenda”, disse ele em entrevista exclusiva à FOLHA

A saída, no entanto, é tida como arriscada no meio eleitoral, já que, como a janela partidária do próximo ano é reservada a vereadores, o assento de Turini na Assembleia Legislativa do Paraná (AL) poderia ser questionado por algum suplente, por exemplo.

“A gente está avaliando todo o quadro, estamos fazendo contato com outros partidos. Todo mundo conversa com todo mundo nesse momento, e isso é normal na política”, declarou o parlamentar.

UMA VAGA, CINCO NOMES

O movimento de Turini é mais um sinal do embate velado dentro do PSD de Londrina. Hoje a agremiação tem cinco possíveis concorrentes à cadeira que será deixada por Marcelo Belinati (PP). Além dele, os deputados estaduais Cloara Pinheiro e Tiago Amaral, a deputada federal Luísa Canziani e o pai da congressista, Alex Canziani, presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel).

“Com o transcorrer do tempo, pode ser que tenha postulante que desista, mas também a gente tem que ir discutindo dentro do partido até que tenha uma definição [...] Quem não gostaria de ser prefeito de uma cidade como Londrina? Conduzir o destino de uma cidade como essa não é fácil, mas também acho que é muito gratificante”, comentou Turini.

RATINHO JR. SERÁ DECISIVO

Em entrevista à FOLHA na edição da última terça-feira (19), Amaral reforçou sua pretensão de concorrer à Prefeitura – indicando que tem “construído um projeto” com o deputado federal Filipe Barros (PL) para que, se um deles se lançar, o outro não entre no páreo. Segundo o parlamentar estadual, o dedo do governador Ratinho Junior (PSD) será preponderante na hora de bater o martelo no nome a ser lançado pela sigla.

DUPLICAÇÃO

Reivindicar a abertura (ou ampliação) de estradas tem sido uma das bandeiras de Turini em seu quarto mandato na AL. Uma das pautas do momento é, ao lado de outras lideranças políticas e empresariais da região, tentar ajudar a concluir de vez a duplicação da PR-445 entre Londrina e Mauá da Serra.

A interrogação da vez é em relação ao último trecho da obra, entre os distritos de Lerroville e Irerê. A empreitada nesse segmento, que ainda não começou, tem a promessa de ser bancada com recursos do governo do Paraná.

Agora, com a inclusão da rodovia no lote 3 da concessão do pedágio, a ser leiloado em 2024, o Palácio Iguaçu alega que espera uma resposta do Executivo federal para que a transferência da estrada à iniciativa privada não interfira na execução da duplicação.

Para Turini, é “perfeitamente possível” um entendimento entre as gestões de Ratinho Junior e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que a obra continue sob a responsabilidade do Palácio Iguaçu e, posteriormente, a manutenção da via seja transferida à empresa vencedora do leilão.

Caso contrário, na visão do deputado, pode haver “prejuízo brutal” ao se passar a ampliação do trecho para a concessionária, com reflexos como uma possível postergação do início do trabalho. “Se vai para a concessão, vai colocar um pedágio mais alto”, acrescentou.

O secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, Sandro Alex, é aguardado em Londrina “nas próximas semanas”, conforme Turini, para buscar avanços em uma nova reunião sobre o tema – no início do mês, houve um primeiro encontro para tratar da mesma questão.