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Política 5m de leitura

Câmara derruba veto de Belinati em proibir passaporte sanitário

Catorze vereadores foram contra decisão do prefeito em vetar proposta, cujo teor similar já havia sido aprovado pela Assembleia Legislativa

ATUALIZAÇÃO
05 de maio de 2022

Rafael Machado - Grupo Folha
AUTOR

Imagem ilustrativa da imagem Câmara derruba veto de Belinati em proibir passaporte sanitário

A Câmara Municipal derrubou nesta quinta-feira (5) o veto do prefeito Marcelo Belinati (PP) ao projeto que proíbe o chamado passaporte sanitário de Covid-19 em Londrina. O posicionamento do Executivo foi descartado por 14 dos 18 vereadores presentes na sessão e o texto segue agora para promulgação do prefeito.

 

Apenas Fernando Madureira (PP), justamente o líder de Belinati no Legislativo, não votou porque estava ausente. O parlamentar disse que não votou porque está em Curitiba participando de uma reunião na Seed (Secretaria Estadual de Educação). Flávia Cabral (PTB), Lenir de Assis (PT), Sônia Gimenez (PSB) e Matheus Thum (PP) votaram pela manutenção do veto. 

Segundo a proposta, a exigência do comprovante, tanto nas versões impressa e digital, fica proibida em órgãos públicos, estabelecimentos de ensino público e privado, comércio, indústria, eventos e outros locais. 

O descumprimento pode implicar em multas previstas no Código de Posturas. Os valores variam entre R$ 60 e R$ 3 mil. A posição da Câmara “atropela” a existência da lei estadual 21.015, de 19 de abril deste ano, que fala sobre o mesmo tema. A legislação sancionada pelo governador Ratinho Jr. (PSD) é mais completa e descritiva que o texto aprovado no Legislativo londrinense. A diferença é que o governo não estipula nenhum tipo de multa. 

CONTRA O VETO

Giovani Mattos (PSC) acredita que a lei já vigente não vai atrapalhar o que a Câmara de Londrina decidiu. Para ele, foi importante os parlamentares marcarem um posicionamento político sobre o tema. “Acredito que a aprovação do projeto aqui influenciou a decisão no Paraná. Nós aprovamos o texto antes mesmo da sanção do governador”, explicou. 

Santão (PSC) espera que a derrubada do veto não seja questionada na Justiça. “Se a prefeitura tomar essa medida, acho que vai agir contra a vontade popular, que ficou expressa hoje na Câmara”, apontou. 

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A FAVOR DO VETO

Lenir de Assis (PT) afirmou que a proibição do passaporte atinge a liberdade individual de quem deseja a exigência do documento em seu comércio, por exemplo. “Sempre priorizei a vacinação em massa e a ciência. Os estabelecimentos que queiram manter com seus trabalhadores a solicitação desse certificado podem ser agora punidos. Acaba sendo um cerceamento”, comentou. 

Flávia Cabral (PTB) questionou a validade jurídica do projeto. “Perde o objeto da lei. O governador já sancionou a lei para todo o Estado. Não havia necessidade do veto ser derrubado”, pontuou. 

DISCURSO IDEOLÓGICO

Procurada pela FOLHA, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Londrina não retornou o contato.  Na ocasião em que vetou o projeto, o prefeito Marcelo Belinati disse que a proposta era ilegal e inconstitucional, sem validade prática e que "só serviria para discurso ideológico".  

Ao vetar a matéria, o chefe do Executivo seguiu orientação da PGM (Procuradoria-geral do Município) pela ilegalidade e inconstitucionalidade do tema. "Toda análise jurídica é nesse sentido. Em nenhum lugar se exige o passaporte em Londrina e nem na Exposição (Agropecuária e Industrial de Londrina) foi exigida a carteirinha. É claro que isso é uma posição política dos vereadores, é legítimo, eu respeito, mas na prática não tem efeito. Principalmente no sentido de que ninguém é obrigado a se vacinar", argumentou. (Colaborou Guilherme Marconi)

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