Queijo colonial do PR é o primeiro do país com selo verde neutro em carbono

A produtora rural Roseli Piekas Capra, da Queijaria Vidalat, tem um ótimo motivo para comemorar: as duas variedades de queijo colonial produzidas na sua propriedade em Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, ganharam o selo verde neutro em carbono, certificação conferida pela Abrarastro (Associação Brasileira de Rastreabilidade de Alimentos).

Trata-se do primeiro queijo tipo colonial do Brasil a receber essa certificação. “O selo neutro em carbono é uma demonstração de que o produto é sustentável, desde a sua fabricação até a venda ao consumidor final”, explica Fernando Andrei Baccarin, presidente executivo da Abrarastro.

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Baccarin acrescenta que hoje existem mais de 150 agroindústrias no Paraná em processo de análise para obter o selo. No Brasil, são mais de 3,4 mil agroindústrias dos mais variados portes nessa mesma condição.

“O processo de concessão do selo conta com visitas técnicas feitas pela Agrocarbon360 e um check list com mais de 240 itens levados em consideração”, explica.

PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL

Proprietária da Queijaria Vidalat, Roseli explica que a conquista do selo surgiu da participação de um projeto-piloto proposto pela Cresol Baser envolvendo várias propriedades da região com diferentes atividades, com foco na produção sustentável.

“Como a sustentabilidade está em foco, entramos nesse projeto e tivemos a grata satisfação da propriedade positivar em créditos de carbono. O fato de conquistarmos esse selo nos permite agregar valor ao produto”, celebra.

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Entre os itens levados em consideração para a concessão do selo, figuram o manejo correto de dejetos, a preservação de nascentes, o uso de energia fotovoltaica (solar) na estrebaria, o sistema integração lavoura-pecuária e o sistema leite a pasto, entre outros. “O sistema leite a pasto ou extensivo é aquele que as vacas não são confinadas, elas vão buscar o próprio alimento”, explica.

Roseli acrescenta que 100% do leite utilizado na produção dos queijos provém da sua propriedade. “Não compramos leite, então fazemos todo o controle sanitário dos animais. Além disso, nossa propriedade é livre de brucelose e tuberculose, outros diferenciais que ajudaram nessa certificação.”

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A produtora ressalta que as duas variedades de queijo são receitas tradicionais da família. “O diferencial do tipo colonial é que o fermento é à base de iogurte, produzido na nossa propriedade. E as duas receitas (colonial e colonial temperado ao vinho) são autorais”, destaca.

CERTIFICAÇÃO

Antes de obter o selo de neutralidade em carbono, a propriedade já havia recebido, desde 2020, a certificação Susaf, que permite a venda em todo o Paraná – a Vidalat foi a primeira queijaria do Estado a receber essa certificação.

Os queijos são vendidos no município de Francisco Beltrão e em diversos pontos do território paranaense, como Curitiba e Maringá. “Também participamos de feiras, inclusive estivemos na ExpoLondrina neste ano e no ano passado. Também participamos do Show Rural em Cascavel e de algumas feiras em Curitiba”, enumera.

TRADIÇÃO

A produção de queijos é uma tradição da família de Roseli, sendo que há mais de 40 anos eles se dedicam à atividade. A atividade começou com a sogra produzindo queijos e a primeira certificação já veio em 1996, com o registro no Serviço de Inspeção Municipal.

Hoje Roseli está prestes a completar 16 anos à frente da queijaria familiar com diversas premiações pelo trabalho realizado.

“Nossos dois produtos livres de carbono já haviam sido premiados. O queijo colonial ganhou a medalha de bronze no 5º Prêmio Queijo Brasil em 2019, e o temperado ao vinho foi agora medalha de prata na primeira edição do concurso Queijos Paraná, em junho deste ano”, conclui. Mais informações sobre os queijos livres de carbono podem ser obtidas no Facebook: Queijaria Vidalat.