Meu pai, meu amigo, aqui você era Noel e agora é do Céu, pois já faz tempo que partiste dessa vida para tornar-se um bom conselheiro de Deus em outro plano. Deixou-nos a todos , de repente, com surpresa, sem que ninguém esperasse, ficando um enorme vazio que nunca mais foi e nem será preenchido.

Imagem ilustrativa da imagem ESPAÇO ABERTO - Ao meu pai ... com carinho!
| Foto: iStock

Se existissem pessoas a serem preservadas, por seu caráter, carinho, atenção, cumplicidade e amor a família, com certeza meu pai seria o primeiro da fila, pois desde as primeiras imagens que tenho dele na infância, todas são voltadas para isso. Se existiu um homem que viveu para a família este homem foi Robert Prochet.

Papai era um Oficial da Marinha Brasileira, e por conta de meu nascimento foi obrigado a procurar alternativas que o permitissem proporcionar a família que começava então a crescer, um pouco mais de conforto, pois naqueles finais dos anos 50 a carreira militar não remunerava condizentemente com as responsabilidades advindas da mesma. A situação para os militares somente melhorariam um pouco após a Revolução de 1964 que acabou por instalar o Regime Militar.

A primeira alternativa foi a de mudar-se para Londrina, cidade que começava a dar sinais claros de que o progresso havia chegado ao chão vermelho, para ficar de vez. Londrina era então uma cidade que adotava com carinho todos os que por esses lados se aventuravam. Havia aqui, uma pequena empresa que estava a crescer como a cidade, a Transparaná, onde ele teve seu primeiro emprego como civil, junto ao empreendedor e seu igualmente saudoso tio Harry.

Ação planejada era seu forte e graças a isso, com certeza, as empresas sob seu comando haveriam sempre de serem grandes. Aqui em Londrina, nessa cidade de céu azul, papai instalou sua família e deu início a sua incansável jornada de fazer com que os negócios da companhia dessem frutos e progredissem a cada dia.

Meu pai, que me amava muito particularmente por ser eu seu filho de atitudes comportamentais mais distintas e diferentes do restante da família, exerceu sobre mim grande influência, seja em relação a minha carreira de administrador ou sobre o prazer de escrever e ver publicadas minhas ideias e pensamentos, tal como ele fazia.

No fundo de mim mesmo, considerava-o mais como um irmão mais velho do que como pai. As frequentes conversas que tinha comigo, bem como seus relatos extraordinários, favoreceram em minha essência a eclosão de imagens poéticas e a aspiração de um ideal de família e de caráter, muitíssimos elevados.

Ele jamais foi daqueles pais que aparecem nas propagandas de televisão, jogando bola, soltando pipas ou servindo de cavalinho aos filhos, no entanto, através de atitudes de vida íntima, soube transmitir todo conhecimento importante e indispensável a convivência e ao meu crescimento com homem dentro dessa tão complexa sociedade contemporânea.

Repousa em paz, querido mestre! Não sei se justifiquei, nem se justifico hoje, teus sonhos, mas os ensinamentos que me deste, nem uma só vez, em toda a minha vida, os traí.

A ele e a todos os demais pais, fica essa singela homenagem pelo dia que dedicamos àqueles que a nós entregaram suas vidas inteiras, que perderam algumas noites de sono e que se dedicam a nos transformar em homens melhores para um Brasil melhor, hoje só posso dizer que, de todo meu ser, quisera eu poder ser tal como conheci meu pai em seus dias de felicidade.

Ricardo Prochet, administrador de empresas e professor universitário

A opinião do autor não reflete, necessariamente, a opinião da FOLHA.

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