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Opinião 5m de leitura

EDITORIAL - Página virada

ATUALIZAÇÃO
26 de novembro de 2021

Adriana de Cunto - Diretora de Redação
AUTOR

Com a expiração do contrato assinado em 1997 entre o governo do Paraná e as concessionários que administraram o pedágio do chamado Anel de Integração, o tráfego nas rodovias paranaenses atendidas por essas operadoras passará a ser gratuito a partir deste fim de semana (27 e 28) e até a realização de um novo leilão.

 

Como as partes sabiam que o contrato terminaria no fim de 2021, era esperado que as novas operadoras assumissem o serviço na sequência, mas não foi o que aconteceu. Um acordo tão polêmico como o firmado em 1997 deu muita discussão até poucos meses antes do seu término, o que  prolongou o debate  em torno do novo modelo e acabou jogando o leilão para 2022.

Esse debate em torno do novo modelo envolveu governos do Paraná e federal, além de parlamentares e representantes da sociedade civil. Nas audiências virtuais realizadas pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), mais de seis mil manifestações foram enviadas, o maior número de contribuições da história da ANTT.

A previsão  é que o leilão das rodovias do Anel de Integração e de outras que entrarão na nova  licitação aconteça no último trimestre de 2022. 

O paranaense saiu traumatizado desses 24 anos em que vigorou os contratos de um modelo de pedágio muito caro para uma qualidade de serviço que deixou a desejar. Inclusive porque obras previstas não foram realizadas, como mostrou um estudo realizado pela UFPR  (Universidade Federal do Paraná) encomendado pela Frente Parlamentar dos Pedágios da Assembleia Legislativa. A análise mostrou que nesses 24 anos, as concessionárias entregaram pouco mais da metade das duplicações previstas nos contratos. 

As "amarras contratuais" venceram qualquer tentativa de "baixar" ou "acabar" e nesse período aconteceram até mesmo episódios de investigações policiais por corrupção que enquadraram como réus agentes públicos e empresários das concessionárias. 

É inegável que as estradas que estavam em péssimas condições nos anos 1990 passaram por melhorias após serem pedagiadas. O problema é que as tarifas subiram tanto que a qualidade das obras não acompanhou os índices de reajustes.

Até que o leilão na Bolsa de Valores ocorra, a manutenção e assistência aos usuários serão garantidas pelo Governo do Paraná, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem em parceria com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte.

"Livramento" e "ponto final de um capítulo ruim da história do nosso estado". Assim o governador Ratinho Junior definiu a data em que as cancelas das praças de pedágio se abrirão para um novo tempo. O paranaense quer estradas boas e assistência de qualidade enquanto viaja. Não se nega a pagar pedágio, desde que o preço seja justo e não implique em um rombo em suas finanças e não prejudique a competitividade do setor produtivo do estado.

Página virada. Atenção redobrada na direção e no novo contrato que está para ser fechado. 

Obrigado por ler a FOLHA!

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