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Opinião 5m de leitura

EDITORIAL - O acinte do Congresso às vésperas das eleições

ATUALIZAÇÃO
28 de dezembro de 2021

Equipe FOLHA
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O Brasil passa por um dos momentos mais difíceis de sua história recente. Depois de conviver por dois anos com a pandemia da Covid-19 e, graças à vacinação, começar a sentir certo alívio, outras questões merecem ser colocadas no centro dos debates, principalmente quando se caminha para um ano eleitoral.

 

Enquanto as pesquisas apontam possíveis resultados para as eleições presidenciais, bem pouco se fala das ações do Congresso Nacional, a não ser para andar em círculos com notícias que nem caberiam numa situação tão dramática quanto a vivida nos últimos meses pela população.

Então se pergunta qual a resposta concreta do Congresso à situação de miserabilidade em que vivem as camadas menos favorecidas? Qual o exemplo do Congresso quando se noticia que os mais pobres buscam ossos para se alimentar no País que tem orgulho de seus índices de exportação de alimentos?

Tudo o que se viu nos últimos meses foi o empenho máximo para se aprovar R$ 4,9 bilhões para o fundo eleitoral sem constrangimentos; também não se ouve falar de outra coisa tão importante do que os mais de R$ 16 bilhões destinados às chamadas emendas do relator. Sem contar o chamado orçamento secreto que faz sombra a qualquer tentativa de transparência dos gastos públicos no País.

No momento em que boa parte da Bahia e Minas Gerais submergem pelas fortes chuvas, o que se vê são altos representantes do País divertindo-se em balneários em águas bem mais tranquilas. Enquanto isso, só nesta terça-feira (28), os deputados baianos reuniram-se com o presidente do Congresso, Arthur Lira, para "cogitar a criação de um fundo para socorrer catástrofes", depois que pelo menos 20 pessoas morreram e cerca de 50 mil estão desabrigadas só na Bahia.

Não é de hoje que o Brasil sofre as consequências das chuvas de verão. Desastres parecidos ocorrem a cada ano para depois cairem no esquecimento que não prevê orçamentos, além dos secretos, para evitar perdas que envolvem vidas das camadas mais pobres. 

Nos estertores de um ano pré-leitoral, passou da hora dos brasileiros pensarem em quem irão votar não só para presidência da República, mas quem vão eleger para o Congresso e o Senado, responsáveis pela legislação em primeira e última instância. Os recursos que irrigam orçamentos de estados e municípios não podem servir quase exclusivamente ao "toma lá dá cá" que tem sido a regra da política nacional. 

Um deputado ou senador deve servir primeiro a seu povo e deixar isso claro antes de legislar em causa própria. Isso significa ter verbas para enchentes ou desastres antes que eles ocorram e , a exemplo do que fazem no momento veículos de imprensa, ONGs e até artistas, preocuparem-se sinceramente em acudir os necessitados.

Que o povo brasileiro saiba escolher suas lideranças em 2022 e isso não significa apenas ser tomado de paixão sobre "quem será o presidente", mas ter critérios para escolher, de ponta a ponta, quem tem capacidade e lealdade para representar os anseios e as necessidades do País. Não custa lembrar que as demandas do Brasil são enormes e requerem verdadeiros líderes.     

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