Próximo ao Aeroporto de Londrina há uma pequena "vila" que guarda as antigas casas da Aeronáutica, imóveis com quase 50 anos que eram usados por funcionários da FAB (Força Aérea Brasileira) e seus familiares, quando ainda haviam equipes da corporação morando na cidade.

Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - Moradias para idosos em Londrina
| Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

Essa vila, com 17 imóveis, passou nesta quarta-feira (10) por um mutirão de limpeza e pequenas intervenções realizado por servidores de várias secretárias municipais. Entulhos, lixos e tocos de árvores foram retirados do espaço que poderá sediar uma vila para idosos.

A prefeitura conseguiu, no ano passado, o termo provisório da área, que tem cerca de sete mil metros quadrados e está dividida em dois terrenos, sendo um na avenida Santos Dumont e o outro na avenida Paul Harris. A expectativa é que o termo definitivo saia em breve.

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Um escritório particular de arquitetura executa o projeto de forma gratuita. Por problemas estruturais, uma casa terá que ser derrubada e outra será construída no mesmo padrão até mesmo como uma forma de preservar a arquitetura e a história do lugar. As demais serão reformadas e adaptadas para moradia de idosos.

A estimativa é de que até 80 idosos possam viver na vila. O município ainda não tem ideia do valor da reforma das casas, mas adiantou que deverá buscar recursos junto aos governos estadual e federal e de emendas parlamentares, entre outras possibilidades.

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A vila do idoso será voltada para pessoas a partir de 60 anos, em situação de vulnerabilidade e com renda máxima de dois salários mínimos. A intenção é buscar estes idosos na fila da Cohab-LD (Companhia de Habitação de Londrina), dando prioridade para aqueles que estão há mais tempo aguardando a casa própria. No caso da vila, as casas serão cedidas e não vendidas e o morador, enquanto estiver no lugar, terá que pagar as despesas de água e luz.

O direito à moradia digna consta da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), da Constituição brasileira de 1988 e do Estatuto do Idoso. De algumas décadas para cá, o Brasil vem se inspirando em experiências internacionais de moradias para idosos que extrapolam o modelo dos tradicionais asilos. Como é o caso dos condomínios com casas individuais e áreas de lazer e serviços compartilhadas. Projeto nesse sentido do governo do Paraná foi premiado no ano passado.

O crescimento da população idosa no Brasil vem provocando aumento na demanda não apenas de casas para esse público, mas habitações adaptadas para a necessidade dele. É importante que iniciativas públicas e privadas realmente aconteçam para proporcionar que as pessoas com mais de 60 anos que desejam morar sozinho e de forma independente encontrem alternativas preparadas para recebê-las.

É preciso rever as políticas públicas de moradia para pessoas com mais de 60 anos levando em consideração as mudanças do perfil da população ocorridas nas últimas décadas no Brasil. Só assim estaremos preparados para as demandas futuras da sociedade.

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