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Opinião 5m de leitura

EDITORIAL - Mais um verão sob a influência do La Niña

ATUALIZAÇÃO
21 de dezembro de 2021

Folha de Londrina
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Na tarde desta terça-feira (21), os termômetros em Londrina marcavam 33º,  temperatura superior ao de cidades onde normalmente o calor chama mais atenção. É o caso do Rio de Janeiro, que no mesmo momento (17 horas) registrava 30º, enquanto Salvador marcava 27º e Brasília, 23º. No caso dessas duas últimas capitais, é preciso dar um desconto porque chovia.

 

Mas a pesquisa informal já aponta para como será o verão 2021/2022 na Região Norte do Paraná: bastante quente. E segundo  os serviços meteorológicos, com poucas chuvas. Essa deve ser a condição até o fim da estação, em 20 de março do ano que vem. 

Novamente, teremos  o fenômeno La Niña, que  deve alterar nos próximos meses aquela característica de o verão ser conhecido como a estação mais chuvosa do ano.  “Estamos sob efeito desse fenômeno atmosférico (La Niña) desde a primavera e vai se intensificar no verão. Ele influencia na temperatura, as chuvas são mais em forma de pancadas, isoladas e irregulares. Não está descartado risco de estiagem”, alertou a agrometeorologista Angela Costa, do IDR (Instituto de Desenvolvimento Rural) do Paraná. 

Ela lembrou que a falta de chuva diminui a nebulosidade e tem mais radiação disponível. Por consequência as temperaturas sobem,  destacando que o La Ninã pode perdurar até o início do outono, reforçando a possibilidade de um período maior de estiagem. 

A consequência mais dramática da estiagem que está por vir é a crise hídrica. Situação já bem conhecida dos paranaenses.  Nas cidades de Santo Antônio da Platina, Quatiguá e Carlópolis, no Norte Pioneiro, a Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) está implementando entre esta terça (21) e quarta-feira (22) o rodízio no abastecimento de água. 

A Sanepar informou que Londrina está há dois meses sem um volume considerável de chuva, no entanto, a situação de seus mananciais está melhor se comparada com outros municípios. A cidade utiliza água do rio Tibagi e o ribeirão Cafezal. 

Esse cenário de um verão bastante quente e sem chuvas nos leva à crise ambiental, que avança conforme os eventos climáticos extremos põem os municípios e países enfrentando fenômenos meteorológicos devastadores: frio extremo, ondas dramáticas de calor, enchentes e incêndios florestais.

Basta lembrar que em um domingo de verão no hemisfério Norte, em 2021, uma cidade no Canadá registrou 46,6 graus, a temperatura mais alta já verificada até então naquele país. Cenas de filmes de catástrofes que podemos evitar desde que o  cidadão comum, os formadores de opinião e os tomadores de decisões atentem para a urgência e a gravidade das mudanças climáticas. 

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