O Brasil comemorou nos últimos dias o sucesso da campanha de vacinação contra a Covid-19. Chegamos a cerca de 60% dos brasileiros imunizados, numa população estimada em 213,3 milhões de pessoas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Imagem ilustrativa da imagem Editorial - É preciso planejar a vacinação contra a covid para 2022
| Foto: Gustavo Carneiro

Com isso, a rotina parece voltar ao normal no País, se é que teremos nos próximos anos um "normal" como conhecíamos antes da pandemia, porque o vírus continua circulando e numa conexão global não há fronteiras.

Ainda assim, não deixa de ser uma vitória o fato do Brasil integrar o time dos 55 países que contam com cobertura vacinal melhor do que a dos Estados Unidos. Segundo a plataforma Our World in Data, vinculado à Universidade de Oxford, no dia 14 de novembro, 59,8% dos brasileiros já estavam com o esquema vacinal completo contra a Covid-19. Enquanto nos EUA, na mesma data, o índice chegou a 57,6%.

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Essa diferença demonstra uma maior adesão à vacina no Brasil que nos EUA, país onde existe um forte movimento contra a imunização e as campanhas de vacinas, de modo geral, são muito mais restritas que em nosso País.

Mesmo com esses dados não há muito o que comemorar com os cerca de 611 mil mortos pela doença no Brasil, um número pode que parecer muito reprisado para alguns, mas que dói bastante para quem perdeu familiares e parentes pela Covid-19. Quem não passou por isso não pode estimar o quanto as estatísticas ferem.

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Se no Brasil os números de mortos e infectados vêm caindo - com número de mortes abaixo de 300 pelo 15º dia consecutivo - é graças à vacina. Mas nem tudo está na zona de conforto quando se sabe que países da Europa já sofrem com a chamada quarta onda da doença. No último sábado (13), a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, divulgou um vídeo apelando para que as pessoas que não se vacinaram ainda se vacinem. O motivo é que a taxa de incidência de infecção pelo coronavírus na Alemanha havia aumentando pelo sétimo dia consecutivo, subindo ao patamar mais alto desde que a pandemia começou. E o País já retorna à ideia de estender o prazo do "estado de emergência", que expira no próximo dia 25, por mais tempo.

Em Portugal, a situação não é diferente, o país entrou esta semana no décimo dia consecutivo de aumento no número de pacientes internados ao atingir 486 pessoas hospitalizadas, a taxa mais alta dos últimos dois meses.

Diante dessa tendência, as campanhas de vacinação no Brasil não só devem ser completadas em 2021, como devem ser planejadas para 2022 porque a imunização deverá ser reforçada a cada ano. Não há motivos para se enganar: o vírus da Covid ainda circula entre nós e as estatísticas vêm demonstrando que é cedo para relaxar contatos, fazer aglomerações e circular como se nada estivesse acontecendo. Voltar ao "normal" , sem cuidados e prevenção, é coisa de desinformados, incapazes de calcular ou enxergar que o inimigo ainda mora bem ao nosso lado.

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