O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira a redução do intervalo de tempo para aplicação da dose de reforço da vacina contra a Covid-19. O prazo passa dos atuais seis meses para cinco meses. A decisão contempla todas as pessoas acima de 18 anos, independentemente do grupo etário ou profissão. Inclusive aquelas que receberam a Janssen, cujo fabricante, inicialmente, recomendava a dose única e que agora indica segunda dose e reforço com um imunizante diferente.

O Ministro Marcelo Queiroga garantiu que o estoque de imunizantes será suficiente para atender à demanda.
O Ministro Marcelo Queiroga garantiu que o estoque de imunizantes será suficiente para atender à demanda. | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Graças às informações advindas dos estudos científicos realizados para avaliar a aplicação da terceira dose - e dos quais já temos dados preliminares -, decidimos ampliar esta dose de reforço”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Ele garantiu que o estoque de imunizantes será suficiente para atender à demanda. Atualmente, há 12,47 milhões de pessoas aptas a receber a dose adicional.

Segundo o Ministério da Saúde, mais de 350 milhões de doses já foram distribuídas para todo o País, e mais de 297 milhões já foram aplicadas ao longo de 11 meses. Mais de 157 milhões de pessoas tomaram ao menos uma dose do imunizante (88% do público-alvo previsto no plano nacional de vacinação contra a doença). No entanto, cerca de 21 milhões de pessoas ainda não retornaram para tomar a segunda dose na data prevista, 650 mil no Paraná. Por aqui já está sendo realizado o trabalho de busca ativa daqueles que não retornaram para a segunda dose.

Sobre a Janssen, cuja recomendação era de que fosse de dose única, ele apontou que esta proteção adicional é necessária. "Quem já tomou a Janssen, agora vai tomar a segunda dose do mesmo imunizante. E, lá adiante, cinco meses após [a segunda dose], um reforço com imunizante diferente”, disse Queiroga. A segunda dose da Janssen deverá ser ministrada a partir de dois meses da primeira aplicação.

O secretário de Saúde de Londrina, Felippe Machado, explicou que ainda há um caminho bem longo a percorrer. “Porque ainda não mandaram a vacina, ou seja, as doses que temos contemplam quem tem mais de 60 anos que se vacinaram há seis meses. Agora eles estão mudando a regra, incluindo todo mundo e diminuindo esse intervalo para cinco meses para tomar a terceira dose. Nós vamos fazer a liberação de acordo com a chegada de doses de forma escalonada”, afirmou.

“Assim que as vacinas chegarem, para a gente é muito rápido. Nós temos condições de vacinar de 5 mil a 6 mil doses por dia. A dificuldade é essa vacina chegar aqui na cidade. Nossa expectativa até então era de que até o fim do ano finalizarmos a imunização com duas doses de toda a população maior de 18 anos e pelo menos toda a população entre 12 a 17 anos com uma dose. Nós temos condições de seguir esse cronograma intercalado com a questão das terceiras doses, mas tudo vinculado ao número de vacinas que nós vamos receber nos próximos dias. Se o ministério alterou os grupos, consequentemente nós precisamos ter mais doses de vacinas.”

O secretário estadual de Saúde, Beto Preto, comemorou a notícia. “Vamos seguir isso com alegria no coração. Nós já esperávamos essa medida. E o fato de você ter doses com intervalo de cinco meses vai ser fantástico. Nós vamos dominar essa pandemia, se Deus abençoar que as nossas estratégias estiverem no caminho certo.”

Segundo ele, o Estado vive um momento de esperança. “Eu não quero falar que é otimismo, mas é de esperança de um Natal melhor, com 2022 melhor, com menos óbitos. Temos de parar de perder as pessoas e os paranaenses para o coronavírus. Essa é a nossa luta do governo do Paraná e das prefeituras desde o início."

Segundo a Sesa/PR, por enquanto, a dose reforço está disponível apenas para a população acima de 60 anos, imunossuprimidos e trabalhadores da saúde. A pasta ainda não possui informações oficiais ou nota técnica permitindo DR (doses de reforço) para outras faixas etárias ou público-alvo.

Segundo o Ministério da Saúde, mais de 350 milhões de doses já foram distribuídas para todo o País, e mais de 297 milhões já foram aplicadas ao longo de 11 meses
Segundo o Ministério da Saúde, mais de 350 milhões de doses já foram distribuídas para todo o País, e mais de 297 milhões já foram aplicadas ao longo de 11 meses | Foto: Américo Antonio/Sesa

DECRETO

Com a melhora do panorama sanitário, o governo do Estado não renovou o decreto que estabelecia medidas restritivas. Com relação a duas semanas atrás, há uma queda de 54,6% nos casos diagnosticados e de 52,5% nos óbitos registrados. Com a suspensão das restrições estaduais, passam a valer apenas as decisões municipais, estabelecidas por cada prefeitura. “Estamos fazendo um trabalho há mais de 20 meses e no domingo ficamos sem o registro de nenhum caso de óbito no boletim”, declarou Beto Preto.

O Decreto 9.224/2021, em vigência até esta terça-feira (16), limitava a lotação de eventos em locais abertos a 80% da capacidade de público. Em locais fechados, a lotação máxima era de 70%. Em ambos os casos, o limite não poderia ultrapassar 15 mil pessoas. “Agora a ocupação depende da previsão que o corpo de bombeiros faz de cada estabelecimento, de cada pavilhão e de cada prédio. Ela pode atingir até 100%, mas não pode ultrapassar isso”, afirmou Preto.

Mesmo com o fim do decreto, o uso de máscara continua obrigatório em todos os espaços públicos. A medida é estabelecida pela lei estadual 20.189/2020, que institui multa em caso do descumprimento. Os valores variam entre R$ 106,60 (uma Unidade Padrão Fiscal do Paraná) e R$ 533,00 para pessoas físicas; e entre R$ 2.132,00 e R$ 10.660,00 para pessoas jurídicas. “Nós estamos deixando algumas medidas restritivas para que haja a conscientização coletiva, mantendo a utilização do uso de máscaras, mantendo o uso do álcool em gel, a lavagem das mãos e todos os cuidados possíveis. Quem puder manter distanciamento também mantenha. Estamos passando numa outra fase e os números facilitaram isso”, declarou Beto Preto. O quadro epidemiológico será avaliado diariamente pela Secretaria de Estado da Saúde. "Quando tivermos 85% da população adulta vacinada nós vamos esperar de 10 a 15 dias para tomar a decisão sobre as máscaras."

Felippe Machado afirmou que Londrina seguirá a orientação estadual. “Se o Estado entende que epidemiologicamente é visível essa melhora, nós vamos seguir essa orientação. Esses dados que o Estado externou levam em consideração Londrina e temos observado essa diminuição de óbitos e casos confirmados. Mais do que qualquer decreto, é preciso bom-senso por parte da população. Estamos avançando na vacinação, com uma cobertura bastante acelerada. O processo de organização de vacina nenhuma outra cidade conseguiu fazer igual em todo o País. Somos modelos nesse sentido. Mas a pandemia não acabou. Tem que ter cuidado. Devagarinho as coisas vão se encaminhando para que a gente comece a olhar a pandemia pelo retrovisor.”

MEGAVACINAÇÃO

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, lançou nesta terça (16) a campanha Mega Vacinação, que será realizada entre os dias 20 e 26 de novembro, para estimular a população a tomar todas as doses recomendadas da vacina e completar o ciclo de imunização. O ministério conta com a ampliação do horário de funcionamento dos postos de vacinação.

O secretário de Saúde de Londrina, Felippe Machado ressaltou que essas vacinas já estão disponíveis nas unidades básicas de saúde. “Todas as vacinas do calendário sempre estão disponíveis nas unidades básicas de saúde, inclusive, com o advento da pandemia, isso não mudou. Nós só implantamos horários agendados para evitar aglomerações. Se porventura aqueles que estão em atraso com alguma vacina como reforço, como febre amarela ou hepatite, é só procurar uma unidade de saúde e receber a vacina”, declarou o secretário.

A Secretaria Municipal de Saúde de Londrina informou ainda que irá encerrar o atendimento exclusivo para síndromes respiratórias na UBS Guanabara na sexta-feira (19). A partir de segunda-feira (22), os atendimentos da população do Guanabara que eram realizados na UBS Centro voltarão a ser realizados na UBS da rua Montevidéu, 605. Os atendimentos de síndromes respiratórias seguirão na UBS da Vila Ricardo (Rua Rosa Branca, 300), na UBS do Maria Cecília (Rua Eugênio Gayon, 835) e na UPA do Jardim Sabará, que funciona 24 horas, todos os dias, na Avenida Arthur Thomas, 2.390, no Jardim Novo Sabará. (Com Agência Brasil e Agência Estadual de Notícias)

Receba nossas notícias direto no seu celular. Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.