A Polícia Federal prendeu na manhã de quinta-feira (5) uma mulher suspeita de aliciar dois homens e uma mulher presos no Aeroporto Internacional de Suvarnabhumi, em Bangkok, na Tailândia. Eles embarcaram em Curitiba (PR), e tentavam entrar naquele país com 15,5 quilos de cocaína em suas bagagens, em 13 de fevereiro deste ano. Na época foram detidos Jordi Vilsinski Beffa, 23, de Apucarana (PR), Mary Hellen Coelho Silva, 21, de Pouso Alegre (MG) e Ricardo de Almeida da Rosa, 26, cujo local de residência não foi informado.

A equipe da PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão, e um mandado de prisão preventiva, expedidos pela 9ª Vara da Justiça Federal em Curitiba.
A equipe da PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão, e um mandado de prisão preventiva, expedidos pela 9ª Vara da Justiça Federal em Curitiba. | Foto: Divulgação/Polícia Federal

O Superintendente Regional da PF no Paraná, Omar Gabriel Haj Mussi informou que as investigações tiveram início a partir da notícia de que brasileiros foram presos na Tailândia por tráfico internacional de cocaína. As notícias também indicaram que essas drogas partiram do Aeroporto Internacional Afonso Pena. Diane disso a Polícia Federal inciou as investigações para identificar toda a cadeia criminosa que levou ao tráfico desse entorpecente. Como em qualquer atividade econômica, o tráfico de droga costuma fazer análise de risco acerca da possibilidade ou não de a carga ser interceptada e de que os criminosos sejm presos pela polícia. Essa modalidade criminosa é comum a utilização de pessoas conhecidas como mulas do tráfico, geralmente utilizam jovens ou pessoas em situação de vulnerabilidade econômica no transporte da droga.”

A operação para a prisão da suposta aliciadora foi denominada ong bak. A equipe da PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão, e um mandado de prisão preventiva, expedidos pela 9ª Vara da Justiça Federal em Curitiba. Além da prisão, as medidas judiciais tiveram como objetivo a obtenção de mais provas sobre o seu tráfico para o exterior.

As investigações apontaram que os dois homens já haviam viajado para o exterior, antes do período da pandemia de covid-19 em situações que demonstram que estariam transportando drogas.

A Polícia Federal examina, ainda, a possibilidade de requerer à Justiça Federal a extradição dos presos na Tailândia, para que eles respondam pelos crimes praticados no Brasil.

Os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação criminosa para o tráfico, cujas penas somadas podem alcançar 25 anos de reclusão. A mulher presa em Curitiba não possuía um advogado constituído até o fechamento da reportagem.

LEIA TAMBÉM:+ Paranaense preso na Tailândia recebe visita de chefe do setor consular+ Apucaranense preso em Bangkok deve contratar advogado tailandês

DEFESA DE BEFFA

O advogado Petrônio Cardoso, responsável pela defesa de Jordi Beffa, relatou que recebeu essa notícia da prisão da suposta aliciadora como uma porta de esperança, já que renasce a possibilidade de extradição dele para o Brasil. “Essa prisão reafirma o que nós sempre falamos, que ele foi aliciado pelo tráfico, e que não é um traficante ‘propriamente dito’, servindo como mula para o sistema”, declarou. Ele ressaltou que irá analisar esse procedimento realizado pela Polícia Federal no Brasil, para analisar as possibilidades de pedir a extradição dele. “Não é uma decisão rápida, pois tem toda uma questão de desembaraço e conflitos de competência. Contudo, são países que assinaram pactos de combate ao narcotráfico. Temos a esperança de haver cooperação entre as entidades policiais e judiciárias nesse caso”, declarou.

Ele relatou que o primeiro contato por vídeo chamada entre Jordi Beffa e sua família ocorreu na madrugada de quarta-feira (4). “Foi uma vídeo chamada de cinco minutos, pela qual ele pediu perdão aos pais. Chorou muito. Relatou que está sendo bem tratado pelas autoridades tailandesas e pediu para que a família contactasse nós, advogados. Ele pediu também uma bíblia e um terço para que possa fazer suas reflexões”, declarou.

Sobre a possibilidade de ser ouvido por um juiz tailandês, ele ressaltou que a previsão de primeira audiência está prevista para ser realizada na próxima semana, segundo ele mesmo relatou na chamada. Questionado sobre o contato com o escritório de advocacia da Tailândia, Cardoso informou que a família não conseguiu os recursos para a contratação, de mais de 12 mil reais. “Eles são aposentados com um salário mínimo.”

Receba nossas notícias direto no seu celular. Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.