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Prefeito suspende atividade do comércio na tentativa de conter coronavírus

Medida vale a partir de segunda-feira e exclui indústrias, farmácias, supermercados, padarias, postos de combustíveis e pet shops

ATUALIZAÇÃO
19 de março de 2020

Vitor Struck - Grupo Folha
AUTOR

O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), confirmou na noite desta quinta-feira (19) a assinatura de um decreto que a suspende as atividades do comércio por 15 dias podendo ser prorrogado por mais 15. A medida, considerada uma das mais duras no enfrentamento da transmissão do coronavírus na cidade, não vale para farmácias, supermercados, padarias, postos de combustíveis e pet shops. Enquanto Londrina possui um caso confirmado da doença e vive uma epidemia de dengue, o secretário estadual de Saúde, Beto Preto (PSD), confirmou que o Paraná já soma 23 casos da Covid-19.  

Durante a coletiva, o prefeito Marcelo Belinati informou que haverá alteração no transporte coletivo
 

Ainda com relação ao comércio de rua e nos shoppings, o decreto prevê 48 horas de “adaptação” às normas, passando a valer, na prática, a partir desta segunda. Desta forma, durante esta sexta e sábado, o fechamento total dos estabelecimentos dependerá da decisão individual dos comerciantes. “Haverá fiscalização dos nossos órgãos, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), a Secretaria de Defesa Social e dos órgãos estaduais e federais”, ressaltou o prefeito. 

O fechamento das "portas" não vale para indústrias, que já estão colocando em prática uma série de outras medidas. Entretanto, esta possibilidade não está descartada para os próximos dias. “Pode acontecer e é provável que aconteça porque as medidas que vêm sendo tomadas mostram que é exatamente o isolamento social que está surtindo um efeito no combate ao coronavírus”, avaliou Belinati.  

Também a partir desta segunda-feira, a CMTU deve dar mais detalhes sobre as alterações na dinâmica do transporte coletivo de modo que o fluxo de pessoas nos ônibus seja reduzido. “E aumentar a desinfecção dos veículos, fornecer álcool em gel aos passageiros”, completou o prefeito.   

Presente na coletiva, o presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Fernando Moraes, lamentou a iminência do fechamento de inúmeros postos de trabalho e clamou para que haja uma comoção entre comerciantes e fornecedores neste momento. “Eu acho que vai ter que existir uma comoção entre fornecedores, proprietários de lojas para que se tenha um entendimento, uma prorrogação para que os empresários possam honrar os seus compromissos depois que abrirem”, avaliou.  

Já se os pedidos da classe empresarial de ter a cobrança de tributos como o ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) adiada, Belinati afirmou que todas as reivindicações ainda serão melhor avaliadas, assim como estão sendo em âmbitos estadual e federal. À reportagem, o secretario municipal de Fazenda, João Carlos Barbosa Perez, afirmou que um estudo com cenários econômicos mais "concretos" está sendo elaborado, mas preferiu não gravar entrevistas neste momento.  

Questionado pela FOLHA se a prefeitura deverá ter mais “sensibilidade” com os pequenos empresários, Moraes avaliou que o foco maior deverá ser os pequenos e médios. “Os grandes têm condições de sobreviver um pouco mais do que o menor, então o foco maior precisa ser os pequenos e médios”, afirmou. Ele cobrou o governo federal.    "É preciso ser fechado o comércio a nível Brasil. Só fechar uma cidade e não fechar outra, o vírus vai continuar circulando. Mas se não conseguirmos fechar a nível Brasil, que diminua a carga horária aqui na nossa cidade”, propõe. (colaborou Simoni Saris)

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