Imagem ilustrativa da imagem Policiais sugerem que pagamento da data-base seja parcelado até o fim da gestão Ratinho Jr.
| Foto: FRANKLIN DE FREITAS/ESTADÃO CONTEÚDO

Diferentemente dos professores da rede estadual, investigadores e delegados da Polícia Civil do Paraná optaram em adiar a greve que deveria começar a partir desta terça-feira (25). Funcionamento das delegacias em apenas meio período e atendimento exclusivo de ocorrências urgentes, como homicídios, além de outras medidas, estavam programadas para acontecer, mas foram suspensas temporariamente depois que a equipe do governador Ratinho Jr. (PSD) sinalizou que deve apresentar uma proposta para recompor os salários dos servidores na semana que vem. As perdas se arrastam desde 2016 e já chegam a 17%.

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Segundo o presidente da Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná), Daniel Fagundes, "é preciso dar um voto de confiança ao governo". Ele acredita que a entrega simbólica de 300 viaturas que necessitam de manutenção do órgão, ato tido pelo sindicalista como "apenas a ponta do iceberg", sensibilizou o Palácio Iguaçu.

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"Eles recuaram diante de nossa investida e o secretário de Segurança Pública nos chamou para conversar. Na reunião, foi assegurado que o governador iria revisar os cálculos e atender a nossa reivindicação na terça ou quarta que vem", disse.

Fagundes ponderou que a negociação abrange "não só os policiais civis, mas todos os funcionários públicos". Enquanto os secretários de Ratinho Jr. estudam como contemplar as categorias, a Adepol se adiantou e já encaminhou uma sugestão. "Não aceitaremos data-base zero ou esmola de 0,5%. Entendemos como viável o pagamento de 4,94% da inflação acumulada entre maio de 2018 e maio deste ano. Em outubro recebemos mais 1% e o mesmo percentual em dezembro. No final de 2019, chegaríamos a 6,94%. Teremos mais três anos de gestão pela frente. Nesse tempo, a data-base seria paga normalmente e o saldo devedor seria parcelado. Assim, quando ele estiver no fim do mandato, terá a dívida quitada com o funcionalismo", comentou.

Em nota, a assessoria do governo, sem informar qual seria a nova proposta para atender a recomposição salarial dos servidores, informou que "o diálogo é único caminho para o entendimento. Por isso, o Governo do Paraná reafirma a intenção de manter o debate pleno com os servidores estaduais para que sejam encontradas, de maneira conjunta, soluções para as questões que envolvem aumento da despesa com a folha de pagamento do funcionalismo".

Conforme o órgão, "a equipe do governo está trabalhando com o objetivo de encontrar um caminho de equilíbrio, que não coloque em risco as contas públicas, e não acredita que qualquer medida extrema seja o caminho a ser seguido por parte das lideranças sindicais".