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. | Foto: Rafael Costa/Grupo Folha

O Governo do Estado anunciou na noite desta segunda-feira (24) que apresentou proposta para os servidores públicos após aproximadamente duas horas de reunião com o Fórum das Entidades Sindicais (FES) do Paraná. Segundo as informações apuradas pela FOLHA, a proposta que prevê a suspensão de greve será avaliada pela coordenação geral do FES nesta terça-feira (25).

A proposta repercutiu de maneira diferente entre as categorias. Entidades como APP Sindicato e SindSaúde confirmaram o primeiro dia de greve. Veja o vídeo:

Já os representantes dos policiais militares e civis chegaram a um acordo intermediado pela Sesp (Secretaria de Segurança Pública) e adiaram em uma semana as ações programadas para terça-feira. Segundo o presidente da AVM (Associação da Vila Militar) do Paraná, coronel Washington Alves da Rosa, as entidades policiais darão "mais essa oportunidade, pois confiam que o governo apresentará uma proposta que satisfaça a categoria e acreditam que o diálogo é o melhor caminho neste momento".

Policiais civis que fazem parte do Sindipol (Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região) já haviam aprovado uma paralisação "com responsabilidade" a partir desta terça. A medida era uma resposta à declaração do governador Ratinho Júnior (PSD) que afirmou que não concederá a reposição salarial ao funcionalismo estadual durante visita a Londrina na última quinta-feira (20).

"Pela manhã vamos paralisar as atividades, exceto no atendimento de casos graves e/ou de urgência. Policiais são homens e mulheres extremamente responsáveis que saberão avaliar cada caso", disse o presidente do sindicato, Michel Franco antes do acordo. Ás 14h, os policiais retomariam suas atividades normalmente. No entanto, o Sindipol também afirmou que dará o prazo de uma semana para as negociações com a gestão Ratinho Júnior, mantendo ações conjuntas entre as categorias da segurança pública.

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Após protesto em frente ao Palácio do Iguaçu, na tarde de segunda-feira, com entrega simbólica de viaturas sucateadas, o presidente da Adepol-PR (Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná), Daniel Fagundes, afirmou que estão correndo atrás das perdas que tiveram desde 2016. "São 17,02% de atraso salarial. Isso não é mais viável e precisamos resolver isso de uma forma sensata. Precisamos ser tratados com dignidade", ressaltou em entrevista coletiva.

Fagundes afirmou ainda que os policiais apoiarão os grevistas e que tomarão "medidas legais" cumprindo a lei. "Vamos trabalhar 40 horas semanais. Chega de trabalhar de graça para o governo. Nós trabalhamos apenas com 48% da capacidade funcional. São 780 cargos de delegados de polícia previstos em lei, mas trabalhamos com 330 delegados. Portanto, o delegado tem que trabalhar hoje 50, 60, 70, 80, 90, 100 horas semanais para suprir o déficit", explicou.

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Além disso, o presidente do sindicato afirmou que para resolver as pautas da categoria também é preciso que os presos sejam tirados das delegacias "para que a polícia consiga trabalhar mais e melhor". "Precisamos de viaturas dignas, instalações dignas, equipamentos dignos e da nossa data-base. Trabalhamos 12 meses do ano, entregando nossos serviços e recebendo por apenas 10 meses", reforçou.

O presidente da Adepol apresentou que o sucateamento é enorme e "vem se arrastando de governo em governo". "O atual (governador) não se propôs ainda a resolver o problema. Nós deveríamos ter no quadro total de 7.400 policiais, entre delegados, investigadores, escrivães e papiloscopistas. Temos menos de 4.000 policiais na ativa. Continuamos com viaturas e equipamentos de trabalho defasados", acrescentou.

O Sindarspen (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná) definiu que a partir desta terça (25) vai realizar uma operação de intensificação da segurança nas unidades penais do Paraná. Segundo o sindicato, com o baixo efetivo de agentes, os servidores penitenciários não terão como garantir a movimentação de presos nas unidades. "Ficam suspensas as movimentações de presos para banho de sol, atendimentos jurídico, médico e social e atividades de trabalho e estudos, além do recebimento de sacolas de mantimentos das famílias", apresentou o sindicato. (Atualizada às 23h29)