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. | Foto: Gina Mardones/Grupo Folha/15-05-19

Professores e servidores da rede estadual de ensino iniciam greve nas escolas a partir desta terça-feira (25). A data do início da greve por tempo indeterminado foi aprovada em assembleia geral da APP-Sindicato no último dia 15, em Curitiba. Em Londrina, a assembleia foi realizada no último dia 18. Para o presidente da APP-Sindicato Londrina, Márcio André Ribeiro, a medida "é consequência da falta de resposta do governador Ratinho Junior (PSD) para as reivindicações da categoria".

De acordo com Ribeiro, os professores e servidores vão se reunir na sede da APP-Sindicato de Londrina, localizada na avenida Juscelino Kubitschek, 1.834, a partir das 8h desta terça. Após a reunião, o presidente apresentou que serão realizadas visitas às escolas.

Um ato público será realizado nesta terça-feira (25) para iniciar a greve organizada por cerca de 30 sindicatos e associações que representam servidores estaduais de diversas categorias. A concentração está marcada para as 9h, na Praça Nossa Senhora de Salete, em frente ao Palácio Iguaçu, em Curitiba.

Professores da UEL (Universidade Estadual de Londrina) iniciam a quarta-feira (26) em greve, conforme deliberado em assembleia na quarta-feira passada (19). A categoria é representada pelo Sindiprol/Aduel, que também inclui os docentes da da Unespar (Universidade Estadual do Paraná) de Apucarana e da Uenp (Universidade Estadual do Norte do Paraná) em seus campi de Cornélio Procópio, Bandeirantes e Jacarezinho.

Entretanto, a paralisação começa com uma assembleia para analisar possível proposta do governo Ratinho Júnior (PSD). Segundo o presidente da entidade, Ronaldo Gaspar, caso a proposta seja interessante, a greve pode ser suspensa já em seu início. “A assembleia é soberana para decidir isso”, explica. A reunião será na quarta às 9h30, no Pinicão, que fica no CCB (Centro de Ciências Biológicas) da UEL.

O Assuel (Sindicato dos Servidores Públicos Técnico-administrativos da Universidade Estadual de Londrina) aprovou no último dia 19 a paralisação no campus a partir de 1º de julho, caso o governo não aceite o reajuste proposto pela categoria. O sindicato já estava em estado de greve desde o início do mês. Uma nova assembleia da categoria será realizada no próximo dia 27 para deliberar a paralisação efetiva ou não.

Sindicatos que representam professores, técnicos, agentes e funcionários do ensino de Maringá, Ponta Grossa, Oeste e Centro-Oeste do Paraná deliberaram por iniciar greve entre os dias 25 e 27 de junho.

O SindiSeab (Sindicato Estadual dos Servidores Públicos da Agricultura e Meio Ambiente), que contempla o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e o Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), aprovou o início da greve a partir desta terça (25).

O SindSaúde (Sindicato dos Servidores da Saúde do Paraná) que representa servidores de hospitais estaduais como o Hospital da Zona Norte e da Zona Sul de Londrina realizará assembleia no dia 29 para aprovar ou não o início da greve.

O Sindijus (Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Paraná) não vai paralisar as atividades.

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Nota do Governo Estadual

A reportagem procurou o Governo Estadual, que respondeu por meio de nota afirmando que "o diálogo é o único caminho para o entendimento". O Governo do Paraná reafirmou a intenção de manter o debate pleno com os servidores estaduais para que sejam encontradas, de maneira conjunta, soluções para as questões que envolvem aumento da despesa com a folha de pagamento do funcionalismo.

"No último dia, um grupo de dirigentes do Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES) foi recebido no Palácio Iguaçu e apresentou relatório da entidade a respeito das contas públicas. Ficou ajustado que os dados serão avaliados e as negociações permaneciam abertas, de forma que possam ser encontrados pontos de consenso e interesse comum. Isso está mantido", ressaltou.

"A equipe do governo está trabalhando com o objetivo de encontrar um caminho de equilíbrio que não coloque em risco as contas públicas e não acredita que qualquer medida extrema seja o caminho a ser seguido por parte das lideranças sindicais. A greve não é uma medida para iniciar um processo de negociação. Greve é a etapa final de uma radicalização".

Uma reunião entre o chefe da Casa Civil, Guto Silva, o secretário de Estado de Comunicação Social, Hudson José, os deputados estaduais Tiago Amaral e Hussein Bakri e coordenadores do FES (Fórum das Entidades Sindicais) foi realizada na noite desta segunda-feira (24). De acordo com o secretário Hudson José, nenhuma ruptura foi anunciada. "Solicitamos a manutenção do diálogo", disse.

Conforme Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato, o líder do governo, Hussein Bakri, convidou os representantes do FES para essa reunião que tinha o objetivo de solicitar o prazo de uma semana para finalizar os estudos financeiros. "A coordenação do FES disse que qualquer proposta tem que ser apresentada oficialmente e só na assembleia é possível ter condições de definir o rumo do movimentos. A greve está mantida", apontou.