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Geral 5m de leitura

Polícia conclui inquérito sobre crime dos Carecas

ATUALIZAÇÃO
31 de dezembro de 1969


AUTOR

Agência Estado
A polícia concluiu ontem o inquérito sobre o assassinato do adestrador de cães Edson Neris da Silva, ocorrido na madrugada do dia 6, na Praça da República, centro de São Paulo. O relatório do inquérito aponta 18 skinheads como os responsáveis pelo assassinato e pela tentativa de homicídio contra o operador de Telemarketing Dario Pereira Netto, amigo de Silva. Ele conseguiu escapar do ataque dos carecas.
O delegado Jorge Carlos Carrasco, titular da 1ª Delegacia Seccional, afirmou em seu relatório que os acusados formam uma quadrilha, pois foi provada a existência de ‘‘vínculo associativo permanente’’ entre os presos. Dos 18 skinheads detidos em um bar na Bela Vista, um – Vanderlei Cardosos de Sá – foi reconhecido por uma testemunha.
O promotor Marcelo Milani informou que deverá entregar hoje a denúncia criminal contra os acusados ao juiz José Rui Borges Pereira. Eles deverão ser processados sob as acusações de triplo homicídio qualificado, tentativa de homicídio e formação de quadrilha.
No Rio de Janeiro, a estátua da Justiça, em frente ao Fórum, no centro, foi coberta por um manto nas cores do arco-íris (símbolo de entidades gays), num protesto contra a morte de Edson. Os manifestantes distribuíram ainda rosas entre as pessoas que passaram pelo local. ‘‘A Justiça não vai estar cega neste caso; os crimes contra homossexuais devem ser punidos’’, defendeu o secretário-geral da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis (ABGLT), Cláudio Nascimento da Silva.

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