O delegado-chefe da 17ª SDP (Subdivisão Policial), Marcus Felipe da Rocha Rodrigues, afirmou que uma falsa técnica de enfermagem que furtou frascos da vacina AstraZeneca para aplicar em uma família de Mandaguari teria mentido em depoimento. A incongruência foi constatada após oitiva de 18 pessoas, incluindo policiais, a família de Mandaguari, funcionários de uma clínica de idosos, um servidor público e a própria mulher.

Imagem ilustrativa da imagem Oitivas apontam que falsa enfermeira de Apucarana mentiu para a polícia
| Foto: Jorge Hely/FramePhoto/Folhapress

A mulher atuou como voluntária na aplicação da vacina e a família vacinada foi uma antiga empregadora dela. A suspeita ofertou as vacinas a essas pessoas por motivo indeterminado e ainda não se sabe se eles receberam a vacina da Covid-19 mesmo ou soro.

Rodrigues ressaltou que, pelos testemunhos das pessoas ouvidas, ela teria aplicado a vacina não em cinco, mas em 12 pessoas. "No inquérito, as pessoas mencionadas no interrogatório dela apresentaram algumas declarações divergentes", apontou. Ele ressaltou que a suspeita foi presa com uma ampola suficiente para aplicar cinco doses da vacina e que ela disse em depoimento que estava guardando para a aplicação da segunda dose da família de Mandaguari.

"Mas as pessoas vacinadas falaram que ela orientou a tomar a segunda dose no Ginásio Lagoão, local conhecido em Apucarana como ponto de vacinação contra a Covid-19", expôs o delegado.

Não ficou comprovado o pagamento de nenhum valor à mulher como condição para receber a vacina e ela deve ser indiciada por peculato. Rodrigues explicou que a a família vacinada de Mandaguari pensava que ela era técnica de enfermagem. "Ela relatava para eles que, embora atuasse em outra função, a formação dela era essa", afirmou o delegado.

Ficou comprovado apenas que o jovem de 21 anos, filho da dona, recebeu a vacina de forma indevida, pois não conseguiu comprovar vínculo de trabalho na clínica e não possui diploma, ou seja, foi vacinado sem obedecer a ordem de prioridades estabelecida pelo Ministério da Saúde.

Os outros (proprietária, empregada, marido da proprietária) conseguiram comprovar que já teriam direito à vacina. "O esposo que tinha tomado falou que ele era dono da clínica também, só não estava no quadro societário. Há fotos dele nas redes sociais cuidando de idosos", apontou o delegado.

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