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Municípios da RML determinam fechamento de bares durante o Carnaval

Medidas de contenção da Covid-19 anunciadas em acordo pelos prefeitos de Londrina, Cambé, Rolândia e Ibiporã

ATUALIZAÇÃO
09 de fevereiro de 2021

Vitor Struck - Grupo Folha
AUTOR

Em meio a um momento de grande pressão sobre o sistema público de saúde de Londrina, com leitos de enfermaria exclusivos para o tratamento da Covid-19 superlotados, prefeitos de municípios da RML (Região Metropolitana de Londrina) decidiram seguir determinações do Governo Federal e anunciaram medidas focadas no Carnaval. O objetivo é limitar ao máximo a circulação de pessoas durante o período festivo e evitar internações por conta de acidentes automobilísticos, agressões, tentativas de homicídio, assaltos ou outras situações imprevisíveis, muitas ocasionadas pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Conforme garantiu o prefeito Marcelo Belinati (PP), as medidas anunciadas nesta segunda-feira (8) não possuem relação com a decisão do juízo da Vara da Infância e Juventude de Londrina que determinou o retorno das aulas presenciais na rede municipal de forma híbrida.  

 

Os efeitos do novo decreto recaem principalmente sobre os proprietários de bares, que deverão manter as portas fechadas entre às 0 hora desta sexta-feira e às 0 hora do dia 18 de fevereiro. Também ficará proibido o consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos ou privados de uso coletivo, a chamada “Lei Seca”, e o toque de recolher entre às 23 h e às 5h. No caso de confraternizações como churrascos, o decreto estabelece em dez pessoas a capacidade máxima em uma mesma residência, inclusive para pessoas de uma mesma família.

Além disso, também está proibida a prática de esportes coletivos, ainda que em clubes, condomínios ou complexos com quadras poliesportivas. “Está cancelado o Carnaval em Londrina. Estamos vivendo o pior da pandemia no Brasil e aqui não é diferente. Pedimos a consciência das pessoas”, disse Belinati, ao lado dos prefeitos de Cambé, Conrado Scheller (DEM), e de Rolândia, Ailton Maistro (PSL). José Maria Ferreira (PSD), prefeito de Ibiporã, não compareceu à Prefeitura de Londrina por conta de um compromisso particular.   

Outra medida adotada pelo prefeito foi conceder o pedido do Sindiserv (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Londrina) para determina ponto facultativo nos dias 15 e 16 de fevereiro.  

Conforme avaliou o prefeito de Cambé, a situação epidemiológica atual pode ser considerada um “reflexo” das festas de final de ano e da grande concentração de moradores do Norte do Paraná nas praias dos litorais paranaense e catarinense. Para ilustrar a estratégia, Conrado Scheller pegou emprestado uma expressão utilizada por ambientalistas. “O que propomos é uma logística reversa Que as pessoas nestes quatro dias promovam o encontro familiar, mas que a conscientização tenha mais valor que o decreto”, almejou.   

Em Cambé, as medidas serão aplicadas entre este sábado e a quarta-feira de cinzas, podendo ser prorrogadas. Já no caso de Rolândia, a avaliação do prefeito Ailton Maistro, que enfrentou duro tratamento contra a doença no ano passado, é que a população irá colaborar. “Para nós não tem muita diferença não, pois Rolândia tem o hábito de fechar no domingo, segunda e terça. O que nos preocupa mais é a quantidade de atendimentos no posto Covid”, lamentou. Ao todo, os quatro municípios somam mais de 800 óbitos ocasionados por complicações da infecção causada pela Covid-19.  

Nesta segunda-feira, a taxa de ocupação dos leitos de enfermaria exclusivos para o tratamento da Covid-19 na rede pública de saúde ficou em 98%. Apenas dois estavam desocupados, informou o boletim da Secretaria Municipal de Saúde. O município ultrapassou a marca de 33 mil casos de Covid-19 com 141 novos casos confirmados nas últimas 24 horas. Quatro novos óbitos também foram registrados - três mulheres e um homem, com idades entre 66 e 78 anos, o que eleva para 609 mortes a lista de pacientes que não resistiram à doença desde o início da pandemia. 

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