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Londrina vacina 1.879 crianças contra dengue no primeiro dia do mutirão

A aplicação das doses continua nesta segunda-feira (26), em todas as unidades de saúde

ATUALIZAÇÃO
25 de fevereiro de 2024

Douglas Kuspiosz - Reportagem Local
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Imagem ilustrativa da imagem Londrina vacina 1.879 crianças contra dengue no primeiro dia do mutirão

Logo na manhã deste sábado (24), antes mesmo da UBS (Unidade Básica de Saúde) do Vivi Xavier, na zona norte de Londrina, abrir as portas, pais, mães e responsáveis aguardavam com suas crianças o início da vacinação contra a dengue. O município recebeu 13.204 doses do imunizante Qdenga, o que corresponde à população londrinense na faixa etária de dez a 11 anos. O protocolo prevê duas doses, com intervalo de 90 dias.

A primeira pessoa da fila foi a diarista Rosângela do Nascimento Macedo, que estava indo para o trabalho e aproveitou para levar a filha Ana Beatriz, de dez anos, para ser imunizada. Ela ressalta que a doença tem que ser levada a sério.

A pequena Ana Beatriz, de dez anos, foi uma das primeiras a chegar na UBS do Vivi Xavier, ao lado da mãe Rosângela do Nascimento Macedo

“Cuidamos muito do nosso quintal e é muito importante que a gente faça isso. Surgiu essa oportunidade para as crianças, então vamos cuidar delas”, diz Macedo. 

A farmacêutica Danielle Segala dos Santos também chegou antes das 9h. Acompanhada do filho Pedro Henrique, ela ressalta que é fundamental cuidar e prevenir a doença.

“Já corri de manhã para garantir. Acho que é o melhor horário e, assim, tendo a vacinação, com os surtos que estão dando aqui em Londrina e na região, meu marido já teve, então a gente veio prevenir”, pontua.

O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, explica que rapidamente a prefeitura de Londrina se organizou para iniciar a imunização da faixa etária. A expectativa era aplicar cerca de cinco mil doses durante o mutirão, capacidade das unidades que foram abertas no sábado. O balanço ficou em 1.879 crianças vacinadas. 

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Além da UBS do Vivi Xavier, a vacinação ocorreu até as 17h na unidade do Jardim Alvorada, na região centro-oeste; na UBS Guanabara, na região centro-sul; na UBS Piza, na região sul; e na UBS Armindo Guazzi, na região leste. Nos postos dos distritos de Paiquerê e Lerroville, que abriram para fazer o acompanhamento dos casos de dengue, o atendimento foi até as 13h.

Como a quantidade de doses é suficiente para cobertura da faixa etária, Machado aponta que a ideia foi adiantar parte da movimentação dos próximos dias. A alta demanda por atendimento médico por conta da doença motivou essa estratégia.

"Iniciamos o processo de descentralização para que todas as unidades, a partir de segunda-feira, também tenham a vacina para essa população”, projetando que, ao meio-dia, todas as unidades já estarão com a vacina disponível. 

PÚBLICO-ALVO

O secretário ressalta que estudos apontam que, após os idosos, as crianças correspondem pela segunda maior incidência de hospitalização de casos graves de dengue. “Os pais, mães e responsáveis precisam saber dessa informação para levar seus filhos à unidade de saúde. A vacina apresentou em todos os estudos uma eficácia de mais de 90% em relação aos casos graves e hospitalização”, reforça.

Para o motorista de aplicativo Alexandre Rodrigues Carneiro, pai de Miguel, de dez anos, imunizar é indispensável. “O mosquitinho está aí e tem que prevenir. Não é brincadeira”.

A aposentada Eronisa Souto Severino acompanhou o neto Miguel, de onze anos, durante a vacinação no Vivi Xavier. "Eu fico muito feliz [de ter a vacina], porque ele já teve dengue, já ficou internado. Eu também já tive e se tivesse [doses] para pessoas acima de 60 anos eu ia ficar mais feliz ainda. Mas, protegendo ele já está bom”, completa. 

COMPLEXIDADE

O secretário de Saúde lembrou que o atendimento de casos de dengue é complexo e tende a demorar mais. "Não é uma consulta em que o paciente é liberado do consultório. Ele passa pelo médico, via de regra o médico vai pedir um exame de sangue para acompanhar a evolução das plaquetas, e esse exame tem um tempo de processamento no laboratório, seja na rede pública, privada ou conveniada, e o paciente fica dentro da estrutura. Após o resultado do exame, o médico tem que ver o paciente de novo", explica. 

Frente a esse cenário, Machado garante que a Saúde está se organizando e ampliando a escala médica e de enfermagem. Aos sábados, para desafogar os prontos atendimentos, a UBS Itapoã, na zona sul, está atendendo casos de dengue, assim como as unidades dos distritos de Lerroville e Paiquerê. 

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