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Greve da educação terá passeata e mostra de projetos no Calçadão

ATUALIZAÇÃO
14 de maio de 2019

Luis Fernando Wiltemburg - Grupo Folha
AUTOR

Presidente Bolsonaro foi alvo de protesto de estudantes durante visita ao governo paranaense

Alunos do IFPR (Instituto Federal do Paraná) e da UEL (Universidade Estadual de Londrina) vão até o Calçadão nesta quarta-feira (15) para mostrar à comunidade os projetos de pesquisa e de extensão promovidos pelas instituições públicas. O movimento dos alunos entra em consonância com o de professores e servidores de todos os níveis da educação pública, que devem aderir à greve geral da educação marcada para o mesmo dia.

A mostra dos projetos dos alunos do IF será das 14h às 18h, na Praça Floriano Peixoto, entre as ruas São Paulo e Professor João Cândido. Já o 2º Calçadão da Extensão e da Cultura da UEL será realizado das 10h às 16h, em frente ao Cine Teatro Ouro Verde. O objetivo é demonstrar parte das atividades que com impacto na sociedade, relacionadas a serviços, consultorias, pesquisas e atendimentos. Já em Curitiba, as manifestações estão previstas para a Praça Santos Andrade.

A ação se assemelha a ato promovido por universitários da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) em Cornélio Procópio, na última quarta-feira (8). Empunhando cartazes, os estudantes caminharam da sede da instituição até o Calçadão, onde apresentaram os projetos de pesquisa e extensão à comunidade desenvolvidos pela comunidade acadêmica.

Também nesta quarta, professores e servidores dos estabelecimentos de ensino devem promover passeata no Calçadão de Londrina, com concentração a partir das 9h. A organização é por conta dos sindicatos da área de educação  (APP - Sindiprol - Sindserv , Sindedutec– Londrina: Instituto Federal do Paraná), DCE (Diretório Central Estudantil) e Assuel, com apoio do Coletivo de Sindicatos de Londrina.

A paralisação da educação pública deve fechar as escolas estaduais e municipais nesta quarta. O N.Com (Núcleo de Comunicação) da Prefeitura de Londrina afirma que a Secretaria de Educação orientou aos diretores que fechem apenas as escolas em que a maioria dos professores decidir pela greve e que tentem comunicar a decisão final aos pais, através de mensagens, ainda nesta terça-feira (14).

Movimento nacional

A paralisação da educação deve ocorrer em todo o país, em protesto contra o governo federal pelos cortes orçamentários promovidos contra o setor. A pauta foi incluída na greve geral convocada pelas centrais sindicais contra as mudanças prejudiciais propostas na Previdência Social. “A greve geral da educação tem a finalidade de denunciar os riscos que as medidas propostas pelo governo federal representam para a educação pública, a seguridade social e a previdência”, afirma o Coletivo de Sindicatos de Londrina, em nota.

O presidente do sindicatos do professores da UEL, Ronaldo Gaspar, explica que a greve geral da educação é uma reação contra as ações dos governos federal e estadual que estão unidos num projeto de precarização e desqualificação da educação brasileira. “O Sindiprol está convocando os professores da UEL para participar do ato junto com as demais categorias, buscando uma atividade de unificada que vai desde a educação básica ao ensino superior contra os ataques à classe trabalhadora”, declarou Gaspar.

A adesão dos servidores da UEL foi decidida em assembleia na manhã desta segunda-feira (13), quando foi aprovada por unanimidade o apoio da categoria para o protesto. Conforme o presidente da Assuel, Arnaldo Mello, os servidores estão indignados com as ações dos governos federal e estadual contra a educação. "Nós também estaremos presentes para protestar contra a falta de funcionários no campus, HU e órgãos suplementares da UEL; pela atraso na reposição salarial dos servidores e o descaso dos governos com o ensino publico em todas a esferas", disse.

O presidente do Sindserv-LD (Sindicato dos Servidores Municipais de Londrina), Marcelo Urbaneja, reafirma a importância do ato para contestar a proposta de reforma da Previdência Social. “Nós somos a favor, mas desde que cortem os privilégios”, afirma, destacando a necessidade de cobrar os grandes devedores, como bancos e sistemas de saúde, e um melhor sistema de transição. “Do modo como está [redigida a reforma da Previdência], cerca de 800 professores da rede municipal que estão para se aposentar em um ou dois anos, precisarão trabalhar mais dez”, exemplifica.

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