A Fepamef (Federação de Pais, Mães ou Responsáveis Legais de Alunos e Alunas das Escolas Públicas do Estado do Paraná) quer que os filhos retornem às aulas, mas pede garantias de que a estrutura será adequada a esse retorno. Úrsula Zanon, presidente da Fepamef, ressaltou que os pais e mães querem que os filhos retornem às aulas e precisam desse retorno. “Até por conta da evasão escolar, mas o que a federação está se mobilizando é para que tenha garantias para os alunos, ou seja, condições adequadas dentro da escola, que tenha o álcool em gel, que tenha o distanciamento e que haja funcionários suficientes para que se possa ter esse controle, o que a gente sabe que não acontece. Até porque alguns desses alunos já estão nessa forma presencial e a gente já está vendo que não está tendo toda essa segurança. A gente já tem recebido alguns relatos com essa questão da falta de cuidado. Se com um número menor já está tendo problemas, imagine quando todos retornarem? “, indagou.

Questionada sobre a falta de água nas escolas, ela ressalta que isso também deve ser analisado. “Como será o cuidado higiênico e sanitário? A gente sabe de alguns relatos de funcionário tirar a máscara em horário em que não deveria. E quantos alunos terão dentro dessas sala? 30 ou 40 alunos, não é?” Ela reforçou que os pais querem esse retorno, seja por motivo de trabalho, seja pela preocupação de que o aluno em casa fique ocioso. “Nem todo pai consegue auxiliar nessas aulas remotas e nem todo aluno tem condições de acompanhar adequadamente as aulas.”

Ela ressalta que nem toda escola tem condições de fazer essas adequações. “Vamos ser realistas. Na verdade, a gente tem recebido algumas colocações nesse sentido e essa é a nossa preocupação. Tem muito pai que quer o retorno, mas que se dê de forma segura. Já que essa volta do presencial é inevitável, a nossa preocupação é justamente que dentro da escola não tem toda essa garantia e não tem essas condições. No papel tudo é bonito, mas na realidade, dentro da escola, a gente sabe que não acontece.”

Ela afirmou que não tem álcool gel disponível para todo mundo e não tem toalha de papel o suficiente para todos. “A alimentação escolar é preparada como? Os alunos estão sendo separados? Se eles se sentam juntos vão ter que tirar a máscara para comer?”

Na semana que vem a Fepamef quer fazer o encaminhamento de um documento com esses questionamentos e manifestando a preocupação da federação quanto a esse retorno.

CONDIÇÕES

A capacidade máxima dos espaços segue com a necessidade de respeitar o distanciamento físico de um metro entre as pessoas. A adoção e o cumprimento das medidas de prevenção e controle para Covid-19 são de responsabilidade das instituições de ensino, alunos, pais, colaboradores e todos aqueles que frequentam estes locais.

As demais medidas essenciais do protocolo de biossegurança continuam válidas para toda a rede, como vem acontecendo desde o retorno presencial gradual, em maio: obrigatoriedade do uso de máscaras; adoção do distanciamento físico entre pessoas; não compartilhamento de objetos e utensílios pessoais; a limpeza e desinfecção do ambiente e superfícies, entre outros.

A alteração ocorre na semana em que o Paraná anunciou o início da imunização em adolescentes. Em resposta à reportagem da Folha, a Seed-PR reforça que os estudantes que possuem comorbidades não são obrigados a retornar para as aulas presenciais, assim como aqueles que estiverem cumprindo isolamento social devido à Covid-19. Para esses alunos, é garantida a oferta da modalidade remota de ensino. Em alguns colégios, onde existe a necessidade de revezamento dos alunos, também permanece a oferta do ensino remoto.

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Segundo a Seed, as escolas da rede estadual já vinham retomando as atividades presenciais gradualmente desde 10 de maio e estão preparadas para receber os estudantes com segurança, respeitando os protocolos de biossegurança da Sesa. A Seed-PR também ressalta que a resolução que dispõe sobre o retorno totalmente presencial foi publicada na semana em que o Paraná anunciou o início da imunização de adolescentes. Nesta quinta, o Ministério da Saúde garantiu o envio de 99.450 doses da Pfizer/Comirnaty ao Paraná para a vacinação de adolescentes com comorbidades e deficiência permanente. Os imunizantes chegarão em dois voos no final da tarde desta sexta-feira (24).

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