Diretor da Seed diz que "a educação está praticamente na UTI"

O diretor de Educação da Seed-PR ( Secretaria da Educação e do Esporte do Paraná), Roni Miranda Vieira, confrontado pela reportagem se não haveria uma forma de aguardar mais um pouco para o retorno das aulas presenciais, já que o ano letivo está acabando e os adolescentes ainda não foram vacinados, ressaltou que não não tem como esperar com a situação que atual. “É muito grave. A gente está com a educação praticamente na UTI. Esse retorno é fundamental nesse momento. São adolescentes que talvez não tenham maturidade e ainda estão pensando no imediatismo e deixando de estudar. Isso é muito grave. A gente tem um número de estudantes, em torno de 22%, que não está fazendo nem atividade online e nem por e-mail e nem participando de aula presencial. Então de cada 100 estudantes são mais de 20.”

Sobre o risco das crianças contaminarem pessoas que têm comorbidade em casa ou pessoas que têm mais idade e estão no grupo de risco, ele ressaltou que esses grupos já estão vacinados com as duas doses das vacinas. “Os professores já receberam as duas doses da vacina.” Questionado sobre o fato de pessoas que receberam duas doses da vacina terem adoecido, ele ressaltou que são casos que acontecem. “Mas eu tenho que seguir o que a Sesa nos orienta. Por exemplo, as pessoas com comorbidade que trabalhavam a Sesa liberou a retornar aos seus postos de trabalho presencialmente.”, apontou.

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Em relação ao risco de ir à escola utilizando transporte coletivo, meio de transporte em que os estudantes ficam confinados com pessoas de diferentes locais que não pertencem ao ambiente escolar, Vieira enfatizou que é preciso continuar usando a máscara e respeitar o distanciamento. “É cumprir as orientações que a gente tem colocado e a própria OMS diz. Respeitando esses protocolos a chance de contaminação reduz muito, principalmente pelo uso da máscara, que é fundamental. Eu desconheço como é o transporte escolar em Londrina, se é ou não feito por transporte escolar específico ou por transporte coletivo. Mas essa é uma questão mais abrangente do município e eu não consigo te responder.”

Sobre a pressão que os diretores vêm sofrendo para convocar o retorno ao ensino presencial antes mesmo desta resolução e foram afastados, ele admitiu que a Seed tinha trabalhando na mobilização e na sensibilização dos pais para que se retornasse ao ensino presencial, porque os pais estavam tomando decisões, porque os filhos é que acabavam pedindo para ficar em casa porque argumentavam que conseguiam acompanhar online e faziam as atividades impressas. “A gente sabe que isso não é garantia de aprendizagem. Isso era uma medida paliativa que a gente tomou lá quando eu não podia estar com as escolas abertas. A partir do momento em que eu estou com as escolas abertas, ninguém substitui o professor em sala de aula."

"Daqui um ou dois anos a própria imprensa vai ligar para outra pessoa que não seja eu que esteja na Secretaria e vai cobrar o déficit de aprendizagem dos estudantes no Paraná. Vão perguntar por que o Paraná caiu tanto no Ideb que a gente vai fazer agora e na prova do Saeb que faremos em novembro do ano que vem. Em agosto, daqui um ano quase, vai sair o resultado e aí a mesma imprensa vai cobrar da gente ou por que a aprendizagem do Paraná caiu tanto. São pontos que a gente tem que trabalhar em educação e não se resolve com medidas rápidas e imediatas. Elas vão impactar na aprendizagem contínua e de médio e longo prazo."

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