| |

Geral 5m de leitura

Entregadores de aplicativo realizam manifestação na avenida Higienópolis

ATUALIZAÇÃO
04 de fevereiro de 2020

Fernanda Circhia e Pedro Moraes - Grupo Folha
AUTOR

Entregadores do iFood, Uber Eats e Rappi realizam manifestação na avenida Higienópolis com a rua Bento Munhoz da Rocha Neto na tarde desta terça-feira (4) sobre as atuais taxas de entrega efetuadas em Londrina. A avenida está com uma pista liberada e agentes da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) controlam o fluxo no local. Fabiano Goulart começou a trabalhar com os aplicativos há um ano e seis meses e já realizava entregas antes dos aplicativos. De acordo com ele, até ano passado era possível conseguir até R$ 1.300 por semana, agora não está conseguindo nem R$ 50 por dia. 

.
 

"Como aumentou o número de pessoas trabalhando com os aplicativos acabou dificultando muito o nosso trabalho. Nós queremos discutir essas taxas com os aplicativos. Ao longo do tempo foi variando o valor", afirmou. O objetivo de Goulart, assim como outros entregadores que protestam na cidade, é conseguir diálogo com as empresas e discutir a taxa cobrada por quilometragem. 

No local do protesto, os entregadores apresentaram que o valor por quilômetro está em torno de R$ 0,80, mas que o ideal seria R$ 1,50/km. Além disso, informaram que a área de atuação dos aplicativos de Londrina foi ampliada para Cambé. Segundo eles, esse aumento da área gerou dificuldade entre os trabalhadores, pois relataram que não conseguem cobrir todos os custos das viagens maiores. Os manifestantes apontaram ainda que quando cancelam uma corrida acabam perdendo o dia de trabalho. Anteriormente, conforme os entregadores, ficavam 40 minutos sem rodar a cada cancelamento. 

.
 

A reportagem esteve na avenida Higienópolis e os entregadores apresentaram que não têm uma liderança fixa, mas que conseguiram se organizar em um grupo de WhatsApp. O grupo já estava com mais de 300 pessoas até a tarde desta terça-feira. A ideia era paralisar os serviços na quarta-feira (5), mas resolveram antecipar. No entanto, adiantaram que amanhã também farão uma manifestação em outro endereço da cidade: avenida Maringá com a Ayrton Senna da Silva. Eles pretendem chamar a atenção das empresas ao parar o sistema em Londrina e tentar renegociar os valores praticados atualmente. 

A FOLHA procurou as empresas de entrega e o iFood respondeu em nota que "tomou conhecimento da movimentação dos parceiros de entrega em Londrina e reforça que entende a importância de manifestações e da liberdade de expressão". No entanto, a empresa destacou que é importante esclarecer que "neste modelo de atuação os entregadores são parceiros independentes, que atuam de acordo com a sua conveniência, gerenciam seu próprio tempo, podendo, inclusive, atuar por outras plataformas. A empresa reitera que mantém canais oficiais para quaisquer esclarecimentos, dúvidas e orientações".

O iFood ressaltou ainda que a empresa gera oportunidade de renda para os mais de 80 mil entregadores ativos na plataforma em um cenário com mais de 13 milhões de desempregados no país, além de movimentar todo um ecossistema que inclui restaurantes, fornecedores de insumos e embalagens e outros setores, como a indústria de motos, bikes e autopeças.

A reportagem também procurou as demais empresas de entregas e aguarda retorno.

(Atualizada às 20h)

PUBLICAÇÕES RELACIONADAS