Na semana em que se comemora o Dia das Crianças, as aventuras de Simba animaram a plateia de um cinema no centro de Londrina. Nesta terça-feira (11), o Espaço Villa Rica foi tomado por crianças, adolescentes e educadores para assistir ao filme "O Rei Leão". Na sessão estiveram presentes alunos da Escola Centro Educacional Marista Irmão Acácio, do Conjunto João Paz (zona norte), e do Centro de Educação Infantil Irmãs de Betânia, do Jardim Nossa Senhora da Paz (zona oeste).

Centenas de jovens assistiram o filme O Rei Leão no Espaço Villa Rica, em Londrina.
Centenas de jovens assistiram o filme O Rei Leão no Espaço Villa Rica, em Londrina. | Foto: Vítor Ogawa - Grupo Folha

Logo na entrada, a balconista Jenifer Laís Malheiro Santos atendeu os jovens e entregou pipocas e refrigerantes a todos. "Ver as crianças animadas em ver um filme traz uma alegria para a gente", destacou.

O programador das sessões de cinema do Villa Rica é André Oliveira, que também atua como professor de Geografia no Marista. Ele ressaltou que o resgate do espaço e do filme clássico tem a ver com o resgate do centro de Londrina. “A gente faz a ponte do ensino com o cinema. Eu estou fazendo uma pesquisa de mestrado sobre cinemas de rua na cidade e quem tem mais de 35 anos possui memória afetiva do Espaço Villa Rica e de outros cinemas de rua. O Villa Rica foi o último cinema de rua a fechar em Londrina, em 2001.”

Oliveira relatou que o local foi onde teve seu primeiro emprego quando adolescente. “Eu trabalhei nos dois últimos anos de funcionamento e estava aqui na última sessão antes de fechar. Eu era o operador de projeção e vi quando desmontaram tudo, tiraram o cartaz e falaram que a história aqui havia acabado”, relembrou.

Com a restauração do ambiente e a reabertura do cinema em abril surgiu a ideia de resgatar a memória do cinema para quem frequentou e apresentar o espaço para uma geração nova. Nesta semana o espaço se dedicou a exibir filmes infantis clássicos, como “Aladdin” e “O Rei Leão”.

LEIA TAMBÉM:

+Sem consenso, projeto de comércio 24 h é retirado de pauta da Câmara

+Semáforos para pedestres começam a funcionar na Av. Ayrton Senna

Os alunos do Centro Irmãos Acácio, Vinícius Fernandes Valentim e Juan Fernandes Góes de Souza, ambos com 15 anos, não frequentavam o cinema desde o início da pandemia de Covid-19. Valentim relata que já tinha ido a cinemas de shopping, mas que era a primeira vez em um cinema de rua. “Achei diferente um cinema desse jeito. O lugar aqui é bem bonito. Aqui tem uma decoração bonita, é bem aberto e o tapete é vermelho.”

Souza achou uma "ótima ideia" participar dessa sessão de cinema. “Com todas as coisas que estão acontecendo no mundo, é bom assistir a um filme, porque a gente se distrai e alivia um pouco a pressão. A última vez que tinha ido a um cinema foi em 2018 e vir com os amigos é bem melhor. O filme se torna mais interessante, porque tem uma presença alegre ao seu lado. Não sabia que esse é o único cinema de rua em funcionamento em Londrina. É uma honra pisar aqui”, declarou.

Os alunos Yago Henrique Pereira dos Reis e Allan Jorge Pereira da Silva, ambos de 10 anos, são do Centro de Educação Infantil Irmãs de Betânia. “Já fui muitas vezes ao cinema, mas nunca tinha vindo a este. É muito bom conhecer outros tipos de cinema, que não sejam de shopping. A experiência é diferente e vir com os amigos é melhor, porque assistir sozinho, sem ninguém para falar sobre o filme, é ruim. Com os colegas você tem mais felicidade para assistir e dá para comentar sobre o que a gente assistiu”, destacou Reis.

Para Silva, a experiência de frequentar o cinema é diferente de assistir a um filme na escola ou em casa. “Aqui você tem a experiência de assistir em uma tela maior. A gente se surpreende.” Fora isso, ele relatou que o deslocamento da escola até o cinema também foi bastante animado. “Para vir para cá a gente brincou e conversou no ônibus. Ao chegar aqui, a experiência de ganhar pipoca e refrigerante também é muito boa.”

A educadora do Centro de Educação Infantil Irmãs de Betânia, Joelma Cardoso, ressaltou que em todos os semestres a entidade escolhe um percurso para trabalhar com eles. “Sentamos com nossa equipe para trazer uma atração cultural para eles de forma que todos possam participar e que seja uma coisa que acrescente algo à vida deles. Desde a pandemia, a maioria não teve acesso ao cinema. Quando souberam da notícia, ficaram eufóricos.”

A assistente social Patrícia Alves Paes Batista, da Geração Integrar-Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Necessidades Especiais, ressaltou que a sessão de cinema possibilita interação com a cultura e promove a convivência e socialização. “A ideia é trazer os jovens para essa experiência de um cinema de rua, de comer pipoca e tomar refrigerante. Viemos de transporte público, pois é um direito das crianças e adolescentes ocupar a cidade e proporcionar essa experiência."

Receba nossas notícias direto no seu celular. Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.