Mulheres são as musas inspiradoras de artistas há séculos, o sorriso de Monalisa é admirado cinco séculos após ser pintado. Ainda assim, de acordo com a pesquisa feita pela Kantar, empresa de dados, insights e consultoria, 20% das brasileiras sofrem com baixo autoestima. Para (re)construir essa autoestima muitas mulheres recorrem a fotografia. Seja após eventos traumáticos, como doenças, queimaduras, bullying, ou por não conseguir amar o corpo que habita. Esse era o caso de Thabata Nascimento, 26 anos: “Desde muito cedo eu aprendi a odiar meu corpo...não nunca senti que eu tinha o direito de me sentir bem comigo mesma”. Ela buscou o projeto de arteterapia “Eu sou meu próprio lar”, idealizado pela psicóloga e fotógrafa Bruna Bardi, e nele pode fazer um ensaio fotográfico: “Quando veio o ensaio foi muito difícil me sentir à vontade”, conforme ela relaxou as fotos foram saindo. Ao ver o resultado das fotos Thabata se emocionou: “Foi a primeira vez que eu me vi pelos olhos de uma outra pessoa, e eu consegui ver beleza em mim, uma coisa que eu nunca tinha conseguido.”

Imagem ilustrativa da imagem Fotografia (re)construindo o amor próprio
| Foto: Bruna Bardi
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| Foto: Bruna Bardi
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| Foto: Bruna Bardi
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| Foto: Bruna Bardi

Durante o “Eu sou meu próprio lar” Bardi guia de quatro a seis mulheres por cinco sessões de terapia em grupo. Nesses encontros a terapeuta aborda assuntos como: autoestima, autoaceitação e relacionamentos, dependendo da demanda do grupo também fala sobre violências e transtornos alimentares. Antes da última sessão todas as mulheres participam de ensaios fotográficos com Bardi. Em locais que se sentem confortáveis, com músicas para se sentirem bem e poses livres. Na última sessão compartilham essa experiência e tem um encerramento.

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| Foto: Bruna Bardi
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| Foto: Bruna Bardi
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| Foto: Bruna Bardi

Bardi explica que “o ensaio é um marco para o início do processo de cura”. Para a psicóloga a fotografia é um meio para o autoconhecimento, a partir do ensaio fotográfico a mulher consegue analisar como está se enxergando, se cuidando e o que seu corpo está querendo te dizer. Mas não é a “cura” para baixa autoestima, “se fosse assim todo mundo tirava foto e pronto”, esclarece Bardi. Para ela é necessário terapia, auto analise e autoconhecimento para melhorar a autoestima. “A fotografia ajuda nesse processo de ressignificação da relação da mulher com ela mesma”, garante Bardi.

Imagem ilustrativa da imagem Fotografia (re)construindo o amor próprio
| Foto: Bruna Bardi
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| Foto: Bruna Bardi
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| Foto: Bruna Bardi
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| Foto: Bruna Bardi

Dara Regina Medeiros, 24 anos, possuía problemas de auto estima e não gostava de ser fotografada. Após participar do “Eu sou meu próprio lar” as coisas mudaram para ela: “Acabou sendo uma experiência incrível e super divertida. Ver os resultados das fotos depois, através dessa sensibilidade que a Bru transmite, foi uma experiência sem igual". A partir dos encontros ela conseguiu ressignificar a forma como via ela mesma.

Psicóloga e fotógrafa Bruna Bardi criadora do projeto “Eu sou meu próprio lar”
Psicóloga e fotógrafa Bruna Bardi criadora do projeto “Eu sou meu próprio lar” | Foto: Camila Dervelam/ Arquivo pessoal

O jornalista e pesquisador português Jorge Pedro Sousa define a fotografia como “contar uma história em imagens”. Sousa afirma que o fotógrafo precisa estudar as situações e os sujeitos presentes nas imagens. É isso que o fotojornalista londrinense Marcos Zanutto faz. Ele criou o “Ensaio Essência”, um ensaio fotográfico para mulheres comuns redescobrirem e enxergarem sua essência. Para transmitir isso em imagens o fotojornalista tem uma longa conversa com a mulher antes, assim consegue entender um pouco quem ela é e como captar a beleza dela.

LEIA A REPORTAGEM ESPECIAL TRANSMÍDIA COM O ENSAIO ESSENCIA DE MARCOS ZANUTTO

Como Bardi, ele faz os ensaios em locais que deixem a mulher confortável para ser ela mesma. Zanutto relata que após a mulher ver as fotos do ensaio ela se redescobre, lembra dos seus sonhos, ambições e da sua beleza. “Com o dia a dia, nas pedras da vida muitas vão esquecendo dessas coisas”, conta. O fotojornalista relata que algumas das mulheres que fotografou já até mesmo choraram de emoção ao ver suas fotos.

Em outubro de 2019, Zanutto fez uma edição especial com mulheres que sobreviveram ao câncer de mama. “Toda a história de mutilação e dor que ela e a família passou e você conseguir passar o lado bom daquilo, que é o final feliz, é uma realização profissional”, afirma Zanutto emocionado.

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