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Anjos sobre rodas

ATUALIZAÇÃO
27 de maio de 2019

Erika Gonçalves - Grupo Folha
AUTOR

 Adonai Ferreira: “Tenho muitos socorros que foram importantes, mas os casos envolvendo crianças são os mais chocantes"

Trânsito lento, horário de pico e, de repente, ao longe, um barulho de sirene indica que uma ambulância precisa de passagem para chegar o mais rápido possível a um hospital ou a uma ocorrência. Se para o motorista comum a única preocupação é deixar a via livre, para quem está dirigindo a urgência é chegar logo a seu destino, mantendo a segurança tanto de quem está no seu veículo quanto dos outros motoristas na via.

Há 20 anos trabalhando no Siate em Londrina, o socorrista Adonai Artur Ferreira é responsável tanto por atender o paciente quanto por dirigir a ambulância. Ele conta que quando se desloca para prestar socorro é mais complicado, já que é preciso manter a segurança de todos, dirigindo em velocidade mais alta. Também é necessário saber se desvencilhar dos outros motoristas, que muitas vezes demoram a perceber a necessidade de deixar a passagem livre.

“É um conjunto de fatores (os motoristas não darem passagem). Temos um fluxo de veículos grande nas ruas de Londrina e há também os motoristas inexperientes”, diz.

Ferreira conta que por atuar também como socorrista sempre sabe a condição em que o paciente se encontra. “Quando chegamos na ocorrência primeiro precisamos estabilizar o paciente, somente depois disso é feito o transporte para o hospital, com rapidez. Se acontecer o óbito não é necessário fazer o deslocamento com pressa e nesse caso o destino é outro”, explica ele, que atua em conjunto com outro socorrista.

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Para ser motorista profissional são necessários diversos cursos específicos, como de direção defensiva, mas a experiência de quem dirige também é fundamental.

Apesar da rotina difícil e estressante, sendo preciso lidar com os imprevistos e as emergências para salvar vidas, Ferreira afirma que faz seu trabalho com prazer. “Tenho muitos socorros que foram importantes, mas os casos envolvendo crianças são os mais chocantes. Tenho o maior orgulho do que faço. Sei das dificuldades e dos riscos, mas faço o que gosto”, garante.

Com a vivência de quem já presenciou as mais diversas situações, ele pede que os demais motoristas tenham atenção e cuidado no trânsito, evitando colocar a si e aos outros em risco.

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