Dirigir: você ama ou odeia? Há quem dirija por necessidade, outros por prazer e aqueles que prefiram outros meios de transporte a terem que enfrentar o trânsito. Se para muitos dirigir é um símbolo de sucesso e liberdade e até mesmo uma forma de status, para outros ter um carro já não é objeto de desejo - o que não deixa de ser visto com um certo estranhamento.

Psicólogo e pesquisador do comportamento no trânsito, Renan da Cunha Soares Júnior explica que dirigir é uma atividade como outra qualquer e, portanto, é completamente normal que alguns gostem mais do que outros, assim como cozinhar, dançar ou praticar esportes.

“Na verdade dirigir não é uma atividade simples, desgasta e cansa. Por isso, quem dirige muito acaba tendo estresse. Outro problema é que quem trabalha como motorista fica na mesma posição por longas horas. Há diferentes razões para as pessoas gostarem ou não de dirigir”, argumenta.

Ele destaca que com a popularização dos aplicativos muitas pessoas optaram por vender o carro, tanto como uma forma de economizar ao deixar de pagar impostos, seguro e manutenção, como por não precisar dirigir.

Entre aqueles que optaram por se manter como motoristas, Soares Júnior afirma que muitos veem a atividade como algo lógico, uma espécie de jogo. “É algo estruturado, a pessoa pensa no caminho, como fazer para chegar no objetivo, por onde passar, se mantém focado nisso. Mas há quem dirija no automático, o que pode ser bastante perigoso”, alerta.

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Embora haja aqueles que podem curtir a paisagem em uma viagem de longas horas e aqueles que acabem presos em horas de congestionamento nos grandes centros, em geral os motoristas profissionais são pessoas que gostam da atividade, mesmo que seja desgastante. “Eles gostam de lugares diferentes, fazem amigos em todos esses lugares, têm essa necessidade de espaço, assim como quem gosta de ficar ao ar livre”, diz o psicólogo.

Atendendo em consultório quem têm medo de dirigir, ele afirma que é muito importante as pessoas entenderem que dirigir não é algo obrigatório, muitos não querem fazer isso e não há problema algum.