Adonai Ferreira: “Tenho muitos socorros que foram importantes, mas os casos envolvendo crianças são os mais chocantes"
Adonai Ferreira: “Tenho muitos socorros que foram importantes, mas os casos envolvendo crianças são os mais chocantes" | Foto: Marcos Zanutto

Trânsito lento, horário de pico e, de repente, ao longe, um barulho de sirene indica que uma ambulância precisa de passagem para chegar o mais rápido possível a um hospital ou a uma ocorrência. Se para o motorista comum a única preocupação é deixar a via livre, para quem está dirigindo a urgência é chegar logo a seu destino, mantendo a segurança tanto de quem está no seu veículo quanto dos outros motoristas na via.

Há 20 anos trabalhando no Siate em Londrina, o socorrista Adonai Artur Ferreira é responsável tanto por atender o paciente quanto por dirigir a ambulância. Ele conta que quando se desloca para prestar socorro é mais complicado, já que é preciso manter a segurança de todos, dirigindo em velocidade mais alta. Também é necessário saber se desvencilhar dos outros motoristas, que muitas vezes demoram a perceber a necessidade de deixar a passagem livre.

“É um conjunto de fatores (os motoristas não darem passagem). Temos um fluxo de veículos grande nas ruas de Londrina e há também os motoristas inexperientes”, diz.

Ferreira conta que por atuar também como socorrista sempre sabe a condição em que o paciente se encontra. “Quando chegamos na ocorrência primeiro precisamos estabilizar o paciente, somente depois disso é feito o transporte para o hospital, com rapidez. Se acontecer o óbito não é necessário fazer o deslocamento com pressa e nesse caso o destino é outro”, explica ele, que atua em conjunto com outro socorrista.

LEIA TAMBÉM:

- Destino guiado

- Da boleia para o smartphone

- As dores e os prazeres de ser motorista

Para ser motorista profissional são necessários diversos cursos específicos, como de direção defensiva, mas a experiência de quem dirige também é fundamental.

Apesar da rotina difícil e estressante, sendo preciso lidar com os imprevistos e as emergências para salvar vidas, Ferreira afirma que faz seu trabalho com prazer. “Tenho muitos socorros que foram importantes, mas os casos envolvendo crianças são os mais chocantes. Tenho o maior orgulho do que faço. Sei das dificuldades e dos riscos, mas faço o que gosto”, garante.

Com a vivência de quem já presenciou as mais diversas situações, ele pede que os demais motoristas tenham atenção e cuidado no trânsito, evitando colocar a si e aos outros em risco.