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CADERNO DE QUESTÕES 6 - Linguagens e códigos (ctrl+p para imprimir)

1 - (ENEM)

El carpintero

Orlando Goicoechea reconoce las maderas por el olor, de qué árboles vienen, qué edad tienen, y oliéndolas sabe si fueron cortadas a tiempo o a destiempo y les adivina los posibles contratiempos.

Al cabo de tantos años de trabajo, Orlando se ha dado el lujo de comprarse un video, y ve una película tras otra.

No sabía que eras loco por cine le dice el vecino.

Y Orlando le explica que no, que a él ni le va ni le viene, pero gracias al video puede detener las películas para estudiar los muebles.

GALEANO, E. Disponivel em: http://elcajondesastre.blogcindarrio.com. Acesso em: 18 abr. 2012.

No conto de Galeano, a expressão ni le va ni le viene encerra uma opinião a respeito de cinema que

a) desconstrói a ideia central do conto sobre a importância das atividades de lazer.

b) contradiz a percepção que o narrador tem em relação à profissão exercida por Orlando.

c) revela o descaso do narrador com relação ao ofício desempenhado por Orlando.

d) reforça a impressão do vizinho de que Orlando gostava de filmes.

e) evidencia a extrema devoção do carpinteiro ao seu ofício.

2 - (ENEM)

One of the things that made an incredible impression on me in the film was Frida’s comfort in and celebration of her own unique beauty. She didn’t try to fit into conventional ideas or images about womanhood or what makes someone or something beautiful. Instead, she fully inhabited her own unique gifts, not particularly caring what other people thought. She was magnetic and beautiful in her own right. She painted for years, not to be a commercial success or to be discovered, but to express her own inner pain, joy, family, love and culture. She absolutely and resolutely was who she was. The trueness of her own unique vision and her ability to stand firmly in her own truth was what made her successful in the end.

HUTZLER, L. Disponível em: www.etbscreenwriting.com. Acesso em: 6 maio 2013.

A autora desse comentário sobre o filme Frida mostra-se impressionada com o fato de a pintora

a) ter uma aparência exótica.

b) vender bem a sua imagem.

c) ter grande poder de sedução.

d) assumir sua beleza singular.

e) 0 recriar-se por meio da pintura.

3 - (ENEM)

British Government to Recruit Teens as Next Generation of Spies

In the 50 years since the first James Bond movie created a lasting impression of a British secret agent, a completely different character is about to emerge. Britain’s intelligence agencies are to recruit their next generation of cyber spies by harnessing the talents of the “Xbox generation”.

In an expansion of a pilot program, Foreign Secretary William Hague announced Thursday that up to 100 18-year-olds will be given the chance to train for a career in Britain’s secret services. The move to recruit school-leavers marks a break with the past, when agencies mainly drew their staff from among university graduates.

“Young people are the key to our country’s future success, just as they were during the War”, Hague said. “Today we are not at war, but I see evidence every day of deliberate, organized attacks against intellectual property and government networks in the United Kingdom.”

The new recruitment program, called the Single Intelligence Account apprenticeship scheme will enable students with suitable qualifications in science, technology or engineering, to spend two years learning about communications, security and engineering through formal education, technical training and work placements.

JEARY, P. Disponível em: http://worldnews.nbcnews.com. Acesso em: 19 nov. 2012.

Segundo informações veiculadas pela NBC News, a geração digital já tem seu espaço conquistado nas agências britânicas de inteligência. O governo britânico decidiu que

a) enfrentará a guerra vigente e deliberada contra a propriedade intelectual no Reino Unido.

b) abandonará a política de contratação de universitários como agentes secretos.

c) recrutará jovens jogadores de Xbox como ciberespiões das agências de inteligência.

d) implantará um esquema de capacitação de adolescentes para atuarem como agentes secretos.

e) anunciará os nomes dos jovens a serem contratados pelas agências de inteligência.

4 - (ENEM)

El virus del papiloma humano (HPV) también es un problema de hombres

Para algunos hombres, el virus del papiloma humano (HPV) es algo muy lejano. Se olvidan de que ellos también se infectan y de que, al contagiarnos, nos están regalando un pasaporte mágico para el cáncer cérvico-uterino — segunda causa de muerte entre las mujeres de México —; incluso me ha tocado escuchar en boca de algunos de ellos que “sólo se trata de una infeccioncita”. Pues bien, el HPV también es un problema de hombres, no sólo porque propaga la infección entre la población femenina, sino también porque este virus produce otros problemas de salud tanto en hombres como en mujeres, incluyendo verrugas genitales y cáncer de boca y garganta que, si bien no son tan conocidos o alarmantes por su cantidad, como otros tipos de cáncer, también constituyen un riesgo. Por lo anterior, la Academia Americana de Pediatría decidió enfrentarse al HPV mediante vacunas que se ponen tanto a mujeres como hombres. Los especialistas afirman que la vacuna es más efectiva si se administra antes de que el niño se vuelva sexualmente activo, y responde mejor en el organismo de varones entre 9 y 15 años.

ALBITER, K. Disponível em: http://vivirmexico.com. Acesso em: 10 jul. 2012 (adaptado).

O texto aborda a temática do HPV. Ao discorrer sobre o contágio e a prevenção do papiloma humano, a autora informa aos leitores que esse vírus é

a) estudado pela Academia Americana de Pediatria por seus efeitos em crianças.

b) responsável pelo aumento de casos de câncer na população jovem mexicana.

c) ignorado pelos homens por se restringir à população feminina.

d) combatido por vacinas que devem ser aplicadas tanto em mulheres quanto em homens.

e) classificado como um problema superável pela facilidade com que se enfrenta a infecção.

5 - (ENEM)

Romanos usavam redes sociais há dois mil anos, diz livro

Ao tuitar ou comentar embaixo do post de um de seus vários amigos no facebook, você provavelmente se sente privilegiado por viver em um tempo na história em que é possível alcançar de forma imediata uma vasta rede de contatos por meio de um simples clique no botão “enviar”. Você talvez também reflita sobre como as gerações passadas puderam viver sem mídias sociais, desprovidas da capacidade de verem e serem vistas, de receber, gerar e interagir com uma imensa carga de informações. Mas o que você talvez não saiba é que os seres humanos usam ferramentas de interação social há mais de dois mil anos. É o que afirma Tom Standage, autor do livro Writing on the Wall — Social Media, The first 2 000 Years (Escrevendo no mural — mídias sociais, os primeiros 2 mil anos, em tradução livre).

Segundo Standage, Marco Túlio Cícero, filósofo e político romano, teria sido, junto com outros membros da elite romana, precursor do uso de redes sociais. O autor relata como Cícero usava um escravo, que posteriormente tornou-se seu escriba, para redigir mensagens em rolos de papiro que eram enviados a uma espécie de rede de contatos. Estas pessoas, por sua vez, copiavam seu texto, acrescentavam seus próprios comentários e repassavam adiante. “Hoje temos computadores e banda larga, mas os romanos tinham escravos e escribas que transmitiam suas mensagens”, disse Standage à BBC Brasil. “Membros da elite romana escreviam entre si constantemente, comentando sobre as últimas movimentações políticas e expressando opiniões.”

Além do papiro, outra plataforma comumente utilizada pelos romanos era uma tábua de cera do tamanho e da forma de um tablet moderno, em que escreviam recados, perguntas ou transmitiam os principais pontos da acta diurna, um “jornal” exposto diariamente no Fórum de Roma. Essa tábua, o “iPad da Roma Antiga”, era levada por um mensageiro até o destinatário, que respondia embaixo da mensagem.

NIDECKER, F. Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 7 nov. 2013 (adaptado).

Na reportagem, há uma comparação entre tecnologias de comunicação antigas e atuais. Quanto ao gênero mensagem, identifica-se como característica que perdura ao longo dos tempos o(a)

a) imediatismo das respostas.

b) compartilhamento de informações.

c) interferência direta de outros no texto original.

d) recorrência de seu uso entre membros da elite.

e) perfil social dos envolvidos na troca comunicativa.

6 - (ENEM)

Garcia tinha-se chegado ao cadáver, levantara o lenço e contemplara por alguns instantes as feições defuntas. Depois, como se a morte espiritualizasse tudo, inclinou-se e beijou-a na testa. Foi nesse momento que Fortunato chegou à porta. Estacou assombrado; não podia ser o beijo da amizade, podia ser o epílogo de um livro adúltero […].

Entretanto, Garcia inclinou-se ainda para beijar outra vez o cadáver, mas então não pôde mais. O beijo rebentou em soluços, e os olhos não puderam conter as lágrimas, que vieram em borbotões, lágrimas de amor calado, e irremediável desespero. Fortunato, à porta, onde ficara, saboreou tranquilo essa explosão de dor moral que foi longa, muito longa, deliciosamente longa.

ASSIS, M. A causa secreta, Disponível em: www.dominimopublico.gov.br

Acesso em: 9 out. 2015.

No fragmento, o narrador adota um ponto de vista que acompanha a perspectiva de Fortunato. O que singulariza esse procedimento narrativo é o registro do(a)

a) indignação face à suspeita do adultério da esposa.

2) tristeza compartilhada pela perda da mulher amada.

3) espanto diante da demonstração de afeto de Garcia.

4) prazer da personagem em relação ao sofrimento alheio.

5) superação do ciúme pela comoção decorrente da morte.

7 - (ENEM)

TEXTO I

Terezinha de Jesus

De uma queda foi ao chão

Acudiu três cavalheiros

Todos os três de chapéu na mão

O primeiro foi seu pai

O segundo, seu irmão

O terceiro foi aquele

A quem Tereza deu a mão

ATISTA, M. F. B. M.; SANTOS, I. M. F. (Org.). Cancioneiro da Paraíba. João Pessoa: Grafset, 1993 (adaptado).

TEXTO II

Outra interpretação é feita a partir das condições sociais daquele tempo. Para a ama e para a criança para quem cantava a cantiga, a música falava do casamento como um destino natural na vida da mulher, na sociedade brasileira do século XIX, marcada pelo patriarcalismo. A música prepara a moça para o seu destino não apenas inexorável, mas desejável: o casamento, estabelecendo uma hierarquia de obediência (pai, irmão mais velho, marido), de acordo com a época e circunstâncias de sua vida.

Disponível em: http://provsjose.blogspot.com.br. Acesso em: 5 dez. 2012.

O comentário do texto II sobre o texto I evoca a mobilização da língua oral que, em determinados contextos,

a) assegura a existência de pensamentos contrários à ordem vigente.

b) mantém a heterogeneidade das formas de relações sociais.

c) conserva a influência religiosa sobre certas culturas.

d) preserva a diversidade cultural e comportamental.

e) reforça comportamentos e padrões culturais.

8 - (ENEM)

Essas moças tinham o vezo de afirmar o contrário do que desejavam. Notei a singularidade quando principiaram a elogiar o meu paletó cor de macaco. Examinavam-no sérias, achavam o pano e os aviamentos de qualidade superior , o feitio admirável. Envaideci-me: nunca havia reparado em tais vantagens. Mas os gabas se prolongaram, trouxeram-me desconfiança. Percebi afinal que elas zombavam e não me susceptibilizei. Longe disso: achei curiosa aquela maneira de falar pelo avesso, diferente das grosserias a que me habituara. Em geral me diziam com franqueza que a roupa não me assentava no corpo, sobrava nos sovacos.

RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1994.

Por meio de recursos linguísticos, os textos mobilizam estratégias para introduzir e retomar ideias, promovendo a progressão do tema. No fragmento transcrito, um novo aspecto do tema é introduzido pela expressão

a) "a singularidade".

b) "tais vantagens".

c) "os gabos".

d) "Longe disso".

e) "Em geral".

9 - (ENEM)

A língua tupi no Brasil

Há 300 anos, morar na vila de São Paulo de Piratininga (peixe seco, em tupi) era quase sinônimo de falar língua de índio. Em cada cinco habitantes da cidade, só dois conheciam o português. Por isso, em 1698, o governador da província, Artur de Sá e Meneses, implorou a Portugal que só mandasse padres que soubessem “a língua geral dos índios”, pois “aquela gente não se explica em outro idioma”.

Derivado do dialeto de São Vicente, o tupi de São Paulo se desenvolveu e se espalhou no século XVII, graças ao isolamento geográfico da cidade e à atividade pouco cristã dos mamelucos paulistas: as bandeiras, expedições ao sertão em busca de escravos índios. Muitos bandeirantes nem sequer falavam o português ou se expressavam mal. Domingos Jorge Velho, o paulista que destruiu o Quilombo dos Palmares, em 1694, foi descrito pelo bispo de Pernambuco como “um bárbaro que nem falar sabe”. Em suas andanças, essa gente batizou lugares como Avanhandava (lugar onde o índio corre), Pindamonhangaba (lugar de fazer anzol) e Itu (cachoeira). E acabou inventando uma nova língua. “

Os escravos dos bandeirantes vinham de mais de 100 tribos diferentes”, conta o historiador e antropólogo John Monteiro, da Universidade Estadual de Campinas. “Isso mudou o tupi paulista, que, além da influência do português, ainda recebia palavras de outros idiomas.” O resultado da mistura ficou conhecido como língua geral do sul, uma espécie de tupi facilitado.

ÂNGELO, C. Disponível em: <http://super.abril.com.br>. Acesso em: 8 ago. 2012. (Adaptado).

O texto trata de aspectos sócio-históricos da formação linguística nacional. Quanto ao papel do tupi na formação do português brasileiro, depreende-se que essa língua indígena

a) contribuiu efetivamente para o léxico, com nomes relativos aos traços característicos dos lugares designados.

b) originou o português falado em São Paulo no século XVII, em cuja base gramatical também está a fala de variadas etnias indígenas.

c) desenvolveu-se sob influência dos trabalhos de catequese dos padres portugueses, vindos de Lisboa.

d) misturou-se aos falares africanos, em razão das interações entre portugueses e negros nas investidas contra o Ouilombo dos Palmares.

e) expandiu-se paralelamente ao português falado pelo colonizador, e juntos originaram a língua dos bandeirantes paulistas.

10 - (ENEM)

O farrista

Quando o almirante Cabral

Pôs as patas no Brasil

O anjo da guarda dos índios

Estava passeando em Paris.

Quando ele voltou de viagem

O holandês já está aqui.

O anjo respira alegre:

“Não faz mal, isto é boa gente,

Vou arejar outra vez.”

O anjo transpôs a barra,

Diz adeus a Pernambuco,

Faz barulho, vuco-vuco,

Tal e qual o zepelim

Mas deu um vento no anjo,

Ele perdeu a memória.

E não voltou nunca mais.

MENDES, M. História do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992

A Obra de Murilo Mendes situa-se na fase inicial do Modernismo, cujas propostas estéticas transparecem, no poema, por um eu lírico que

a) configura um ideal de nacionalidade pela integração regional.

b) remonta ao colonialismo assente sob um viés iconoclasta.

c) repercute as manifestações do sincretismo religioso.

d) descreve a gênese da formação do povo brasileiro.

e) promove inovações no repertório linguístico.

11 - (Colégio Marista)

Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!

Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano

Como o teu mergulhar no brigue voador!

Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!

É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...

Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!

No conhecido poema Navio Negreiro, Castro Alves começa a descrever um navio em pleno mar visto do céu de onde vai se aproximando mais até ver o que há dentro do navio. Considerando as concepções artísticas do condoreirismo romântico, a cena vislumbrada no navio

a) Causa medo no eu lírico que descreve sombras e elementos fúnebres de valorização da morte, características desse movimento estético.

b) Causa dor no eu lírico ver que sua amada está morta e seu funeral está sendo realizado a bordo de um navio imundo, cheio de escravos desprezíveis.

c) Trata-se do próprio eu lírico morto vendo a si mesmo dos céus sendo velado por marinheiros que viajavam com ele para o Brasil

d) Causa repulsa no eu lírico, já que trata-se de escravos nas mais degradantes situações e os poemas desse movimento são favoráveis à sua libertação.

e) Trata-se de uma dança fúnebre praticada pelos negros trazidos da África e o eu lírico mostra seu primitivismo, descrevendo a falta de humanidade dos negros.

12 - (Colégio Marista)

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Na tirinha, o personagem Armandinho nega ao seu pai o uso da rede, alegando que ela está lotada. A ironia cômica da tirinha reside

a) No modo como até animais são permitidos na rede social, mas o pai do Armandinho é proibido.

b) Na maneira como Armandinho proíbe o pai de participar de uma atividade lúdica, e não o contrário.

c) No papel que Armandinho exerce, pois mesmo estando fora da rede, chama-a de “nossa”.

d) Na referência que o personagem faz às redes sociais digitais e seu número quase ilimitado de participantes.

e) No fato de que as redes geralmente são pessoais, mas na tirinha a rede é ocupada até a lotação.

13 - (Colégio Marista)

Já me enfado de ouvir este alarido,

Com que se engana o mundo em seu cuidado;

Quero ver entre as peles, e o cajado,

Se melhora a fortuna de partido.

Canse embora a lisonja ao que ferido

Da enganosa esperança anda magoado;

Que eu tenho de acolher-me sempre ao lado

Do velho desengano apercebido.

Aquele adore as roupas de alto preço,

Um siga a ostentação, outro a vaidade;

Todos se enganam com igual excesso.

Eu não chamo a isto já felicidade:

Ao campo me recolho, e reconheço,

Que não há maior bem, que a soledade.

O poema de Cláudio Manoel da Costa apresenta um dos temas mais constantes da poética desse autor árcade: o contraste rústico-civilizado, em que o eu lírico expressa a condição de brasileiro em conflito com a experiência social e intelectual da metrópole portuguesa. Esse tema específico da poesia de Cláudio Manoel da Costa, em que se formula poeticamente a dupla experiência da colônia e da metrópole, se relaciona a uma característica geral do movimento neoclássico.

a) A cultura greco-latina explicada no último vero.

b) O tema árcade fugere urbem (fugir da cidade)

c) O bucolismo presente em grande parte das descrições.

d) A consciência magoada da inocência perdida.

e) O carpe diem, expressão que serviu à experiência iluminista.

14 - (Colégio Marista)

Ô Joana este mundo tem

Sugeito com tanta faia

Que quanto mais qué sê bom

Mais no êrro se escangaia,

Istuda mais não prospera

E pra sê burro de vera

Só farta levá cangaia

Ô Joana, tu já deu fé,

Tu já prestou atenção,

Que tanta gente que tinha

Com nós boa relação

Anda agora deferente

Sem querê sabê da gente

Pru causa das inleição?

Óia Joana, o Benedito

Que era camarada meu

Anda agora todo duro

Sem querê falá com eu

Na maió intipatia

Pruquê vota em Malaquia

E eu vou votá no Romeu.

Se ele vota em Malaquia

E eu no Romeu vou votá

Cada quá tem seu partido

Isto é munto naturá.

Disarmonia não traz

E este motivo não faz

Nossa relação cortá.

Disponível em: http://www.releituras.com/patativa_desgosto.asp

Os versos são de autoria de Patativa do Assaré, poeta popular e improvisador cearense. Nesse fragmento do poema, verifica-se o uso da função fática

a) No enredo envolvente narrado em primeira pessoa.

b) No uso de rimas para desenvolver a narrativa

c) Nas interjeições do início das estrofes que interpelam Joana.

d) Nas estrofes formadas por sete versos cada uma.

e) Na linguagem coloquial permeada por expressões regionais.

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