Diversas questões ligadas ao universo feminino serviram de inspiração para três artistas plásticas que têm trabalhos reunidos na exposição “Somos Muitas” em cartaz no Museu Histórico de Londrina. A mostra que pode ser visitada gratuitamente até o dia 2 de outubro reúne 56 obras assinadas por Cris Suiter, Marianne Lépine e Zucapaula. Memórias coletivas e individuais serviram de inspiração para as temáticas abordadas por elas.

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“O conceito dessa exposição foi pensado em torno das discussões do papel da mulher na arte atualmente. A mostra temo objetivo de valorizar não somente a questão feminina, mas a questão dos direitos das mulheres e do que elas são capazes de realizar na sociedade conteporânea. É pensada principalmente nesse aspecto da mulher enquanto artista e consciente do papel dela na sociedade”, resume Jô Vigorito, curadora da mostra.

Ela destaca que a exposição reúne trabalhos de artistas plásticas que residem em São Paulo e que possuem trajetórias artísticas diferentes."A Zucapaula era daqui da região, foi professora da universidade [UEL] muito tempo e tem um olhar consciente dessas relações humanas no contexto urbano. A Cris Suiter olha para a questão do corpo como um invólucro, que sofre uma série de preconceitos de ações tanto físicas de violência como também psicológicas. Um corpo que é efêmero e que é supervalorizado por padrões estéticos irrealistas. Já a Marianne Lépine fala de mulheres que ainda são vistas como menores por uma sociedade que ainda traz resquícios de machismo”, ressalta a curadora.

Zucapaula traz para a mostra  um olhar de preocupação e responsabilidade sobre a natureza
Zucapaula traz para a mostra um olhar de preocupação e responsabilidade sobre a natureza | Foto: Gustavo Carneiro

Zucapaula comenta que os trabalhos assinados por ela e selecionados para a exposição compõem uma série intitulada “Artérias”. “Tenho uma preocupação muito grande com a natureza. As obras trazem essa ideia da preservação da natureza que está se decompondo. É nossa responsabilidade fazer tudo que a gente possa pra impedir essa devastação. E a arte é um dos veículos que servem para isso”, enfatiza.

As obras de Marianne Lépine são focadas no próprio cotidiano da artista. “Aqui tem obras de várias fases diferentes. Algumas são da série Mulheres, que criam cenas misteriosas nas quais você fica imaginando como é a vida daquelas mulheres retratadas, o que que elas conversam, o que que elas estão pensando. Outras telas são da série Cotidiano, que registra tarefas domésticas realizadas o tempo todo por mulheres e que quase nunca são valorizados”, detalha.

Obras de Marianne Lépine são focadas no cotidiano da própria artista
Obras de Marianne Lépine são focadas no cotidiano da própria artista | Foto: Gustavo Carneiro
Obras de Cris Suiter: artista trata o corpo como invólucro e denuncia a violência física e psicológica contra a mulher
Obras de Cris Suiter: artista trata o corpo como invólucro e denuncia a violência física e psicológica contra a mulher | Foto: Gustavo Carneiro

Já os trabalhos assinados por Cris Suiter são fruto da série “Invólucros”. “As obras trazem o tema da discriminação, que prejudica o reconhecimento e a igualdade de direitos fundamentais do ser humano, apesar da legislação brasileira considerar crime o ato discriminatório”, afirma a artista.

SERVIÇO

Exposição - Somos Muitas

Quando - Até 2 de outubro (de terça a sábado, das 9h às 17h e aos domingos, das 13h às 17h)

Onde – Museu Histórico de Londrina (R. Benjamin Constant, 900)

Gratuito

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