O biblioteconomista Leandro Palmerah é um incentivador da leitura e suas ações não ficam só no papel. O seu projeto Favela Library é uma rede de bibliotecas comunitárias que tem como proposta mostrar o encanto que a leitura possui e também trabalhar a musicalidade, além de combater a evasão escolar.

As quatro bibliotecas ativas são: Scarllet O´hara, no Canto do Marl, região central de Londrina, a Capitães de Areia, no Centro de Socioeducação II , a Biblioteca Preta, localizada no conjunto Aquiles Stenghel e a Ciranda, no Jardim Avelino Vieira. "Sou um voluntário e uso um aplicativo para fazer a catalogação das obras. O acervo tem música, literatura brasileira, estrangeira, afro e índígena", explica Palmerah. Entre as oficinas do expert está também a de catalogação de etiquetagem de livros.

Leandro Palmerah 
 junto à carriola da contadora de histórias Dani Fioruci que fez trabalho itinerante e agora fica na biblioteca Preta
Leandro Palmerah junto à carriola da contadora de histórias Dani Fioruci que fez trabalho itinerante e agora fica na biblioteca Preta | Foto: Divulgação

A proposta do idealizador é também a de que cada biblioteca funcione como um espaço para promover atividades culturais. "Que seja um canal onde os visitantes possam gravar e editar vídeos, se expressarem com a produção de poesias e letras de músicas, pois o nosso público é formado por jovens que moram em fundos de vale e não possuem acesso ao básico como livros", afirma.

Leandro Palmerah é um criador de bibliotecas populares: "O nosso público é formado por jovens que moram em fundos de vale e não possuem acesso aos  livros"
Leandro Palmerah é um criador de bibliotecas populares: "O nosso público é formado por jovens que moram em fundos de vale e não possuem acesso aos livros" | Foto: Walkiria Vieira

A oportunidade de ler obras como "O Caçador de Pipas" e a biografia de Malcolm X, é exposta como um privilégio pelos frequentadores das bibliotecas. "Nas visitas eles demonstram a alegria por esse contato, conversam, expõem a criatividade que possuem, assim como o respeito e cuidado pelos livros", conta Leandro Palmerah.

Formado em Biblioteconomia pela Universidade Estadual de Londrina, o idealizador e voluntário considera que as bibliotecas são espaços de grande valor social e cultural, Palmerah expõe que o seu maior empenho seu deu na busca de livros de literatura afro-brasileira. "Felizmente recebemos muitas doações do professor Dejair Dionísio e agora a biblioteca está mais bem montada com livros sobre capoeira, feministas brasileiras e também sobre hip hop".

Biblioteca Scarllet O´Hara", no Canto do Marl: livros à disposição da comunidade abrem possibilidades
Biblioteca Scarllet O´Hara", no Canto do Marl: livros à disposição da comunidade abrem possibilidades | Foto: Divulgação

Mecânico, João Vitor Dias tem 18 anos e é um dos leitores dessas bibliotecas. Ele relata que sua experiência com a leitura foi somente aos 18 anos. "Eu não tinha o hábito e a verdade é que preciso me esforçar mais. O Leandro me incentivou e li "A culpa é das estrelas". Serviu para eu me distrair, aprendi mais e refleti também sobre as doenças". Morador da região Leste, João Vitor disse que quer continuar estudando, mas se sente cansado pela jornada de trabalho.

Biblioteca Capitães de Areia: leitura e aconchego no Centro de Socioeducação II
Biblioteca Capitães de Areia: leitura e aconchego no Centro de Socioeducação II | Foto: Divulgação

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