Próximo de completar um ano no comando do time sub-20 do Londrina, o técnico Edinho afirma estar satisfeito com o trabalho realizado e comemora e agradece a oportunidade de trabalhar no Alviceleste. Para o filho do Rei Pelé, o LEC hoje tem condições de jogar de igual para igual com as grandes equipes do futebol brasileiro.

Com Edinho no comando, o time sub-20 do LEC tem a melhor campanha do Paranaense
Com Edinho no comando, o time sub-20 do LEC tem a melhor campanha do Paranaense | Foto: Roberto Custódio/Folha de Londrina

Edinho chegou ao Londrina em outubro do ano passado para dirigir o time na Copa São Paulo, após uma parceria entre o Tubarão e o Santos, de onde o treinador ainda é funcionário. O Alviceleste caiu na segunda fase da Copinha, mas LEC, Santos e Edinho decidiram manter o acordo para o técnico comandar o time no restante da temporada.

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"Sou muito grato pela oportunidade e tem sido uma experiência muito enriquecedora para a minha trajetória. Acredito que temos tido bastante sucesso", afirma o treinador, de 52 anos. Edinho se orgulha de ter feito uma reformulação na base alviceleste, que ficou praticamente dois anos sem atividades em razão da pandemia da Covid-19.

"Temos um time muito jovem, com meninos de primeiro e segundo anos e integramos o trabalho com o time sub-17 também, situação que não era muito comum. Acredito que isso pode criar uma situação saudável para o futuro econômico do clube e fico feliz por participar desta transformação de ideia também", frisa.

"Nos nossos treinos são proibidas carrinhos, não estimulamos simulações e nossos jogadores não falam com a arbitragem e nem se envolvem em confusão com o adversário."
"Nos nossos treinos são proibidas carrinhos, não estimulamos simulações e nossos jogadores não falam com a arbitragem e nem se envolvem em confusão com o adversário." | Foto: Roberto Custódio/Folha de Londrina

O time sub-20 do Londrina está classificado para a terceira fase do Campeonato Paranaense e tem a melhor campanha no geral até aqui - 12 vitórias e seis empates, 55 gols marcados e cinco sofridos. Na próxima fase vai disputar um quadrangular com Athletico, Coritiba e Patriotas. O time sub-17 está na quartas de final e vai enfrentar o Verê.

Além de comemorar os bons números da equipe no Estadual, Edinho se orgulha também de outra marca. O Londrina é o time mais disciplinado do torneio - 27 amarelos - e não teve nenhuma expulsão. "Nos nossos treinos são proibidos carrinhos, não estimulamos simulações e nossos jogadores não falam com a arbitragem e nem se envolvem em confusão com o adversário. Isso é muito importante para a filosofia de jogo que queremos implantar. Nossos atletas estão focados nas questões do jogo apenas", ressalta.

MAU COMPORTAMENTO

Edinho não poupa palavras para criticar o momento do futebol brasileiro, que segundo ele vive uma pobreza de comportamento, falta de espírito esportivo e hombridade. "Vejo com muita tristeza este comportamento que temos no profissional, mas que vem da base. É necessária uma revolução no nosso mercado, no futebol que se pratica aqui. O problema não é o jogador em si, porque quando ele vai jogar fora se comporta de forma diferente. O problema é a nossa cultura, o nosso comportamento e a falta de educação. E vejo como responsabilidade minha, como técnico e educador, abordar isso com os atletas".

Revelações

De olho no trabalho da base, o técnico Adilson Batista tem convocado alguns jogadores para integrarem o time principal. Nomes como os volantes Tamarana e Victor Hugo e os atacantes Cirilo e Danilo Peu estão no elenco da Série B. Peu já foi utilizado em alguns dos últimos jogos.

Edinho ressalta que a relação com Adilson é muito positiva e que a amizade vem desde os tempos em que o treinador do profissional comandou o Santos, com Edinho na comissão técnica permanente do clube. "Ele tem nos apoiado bastante, acompanhado os treinamentos e isso é um grande incentivo para todos", frisa. "Uma das principais funções da base é preparar e oferecer jogadores para o profissional, mas também com o compromisso de formar uma equipe vencedora. Acredito que estamos caminhando nos dois sentidos".

Além do Campeonato Paranaense, o LEC aguarda uma definição da CBF para jogar também a Copa do Brasil sub-20. Edinho reconhece que seria importante para o desenvolvimento dos jogadores que o LEC participasse de outras competições em nível nacional, mas admite que isso envolve custos e investimentos e é uma decisão exclusiva do clube.

"Mas não tenho dúvida de que o nosso processo hoje bate de frente com qualquer equipe do Brasil. Talvez não em termos de estrutura e investimento, mas temos condições de competir com as maiores equipes em um nível bom", aponta.

Futuro

Após integrar oito anos a comissão técnica permanente do Santos, dirigir o time sub-23 do Peixe e de comandar três equipes profissionais - Mogi Mirim, Água Santa (SP) e Tricordiano (time mineiro da cidade natal de Pelé) - , Edinho aceitou a experiência no LEC de treinar pela primeira vez uma equipe de base. Após a saída de Vinícius Eutrópio, dirigiu o LEC no confronto com Cianorte pelo Paranaense - vitória por 1 a 0 - antes da chegada de Adilson Batista.

Nos últimos anos, Edinho fez os cursos de capacitação e adquiriu as licenças da CBF para poder voltar a trabalhar com equipes profissionais. "O objetivo é voltar para o profissional e com a ambição de estar entre os melhores técnicos do Brasil. E me dedico muito para isso".

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