O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) condenou nesta sexta-feira (24) o Brusque com a perda de três pontos na Série B pelo caso de racismo contra o meia Celsinho, jogador recentemente desligado do Londrina. O clube catarinense também foi multado em R$ 60 mil.

Imagem ilustrativa da imagem Brusque perde três pontos no caso de racismo contra Celsinho
| Foto: Ricardo Chicarelli/LEC

Em julgamento virtual, o dirigente do Brusque, Júlio Antônio Petermann, foi condenado a 360 dias de suspensão, além de uma multa de R$ 30 mil. Durante a sessão do STJD, Petermann reconheceu ter ofendido o jogador com as seguintes palavras: "vai cortar esse cabelo, seu cachopa de abelha". Tanto o clube como o dirigente ainda podem recorrer das punições no Pleno do STJD.

Brusque e Petermann foram enquadrados no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, pela prática de ato discriminatório. As ofensas aconteceram na partida entre Brusque e Londrina, no dia 28 de agosto, pela 21ª rodada do Brasileiro. Com a punição, o Brusque cai uma posição na tabela da Série B e agora é o 16º, com 26 pontos.

O Londrina havia ingressado no STJD com uma notícia de infração contra os acusados e anexou vários documentos, o boletim de ocorrência registrado por Celsinho e um vídeo da partida em que é possível ouvir o grito de "macaco" vindo da arquibancada do estádio catarinense.

Outro ponto que chamou a atenção do LEC foi uma nota oficial publicada pelo Brusque, em que o clube criticou e tentou desqualificar as denúncias do jogador alviceleste. Depois da forte repercussão negativa, o Brusque apagou a primeira nota e divulgou uma segunda em que pediu desculpas ao atleta.

Celsinho foi vítima de outros dois atos discriminatórios durante a Série B. Nos jogos contra Goiás e Remo, profissionais de rádio de Goiânia e de Belém se referiram de forma pejorativa em relação ao cabelo do atleta. Em ambos os casos, o meia registrou boletim de ocorrência e os jornalistas foram afastados pelas emissoras.