Principal nome do Londrina para a disputa da Série B, o técnico Adilson Batista, 53 anos, busca uma espécie de recomeço também na carreira e assume o LEC com muita confiança de realizar um bom trabalho e levar o Tubarão de volta à elite do futebol brasileiro depois de quase quatro décadas. "A gente tem um sonho grande, de fazer uma campanha digna. A meta é conquistar o acesso".

Imagem ilustrativa da imagem Adilson Batista sonha alto e quer Londrina na Série A
| Foto: Ricardo Chicarelli/LEC

Com passagens por gigantes do futebol brasileiro como Corinthians, São Paulo, Santos, Vasco e Cruzeiro, Adilson Batista viu no LEC a oportunidade ideal para retornar ao futebol após dois anos fora do mercado. O treinador deixou o Cruzeiro em março de 2020, e no início de 2021 sofreu um infarto. Batista passou por dois cateterismos e garante estar completamente recuperado para voltar aos gramados. "O Londrina é um clube tradicional, tem história e uma ambição para crescer. Por isso, aceitei".

Em entrevista à FOLHA, o ex-zagueiro reconheceu a dificuldade do Brasileiro, o equilíbrio da competição, a força de clubes tradicionais que vão jogar a Série B e amenizou os problemas financeiros enfrentados pelo LEC. Depois de dirigir o time nos dois confrontos com o Athletico pelas quartas de final do Campeonato Paranaense, o treinador estreia no comando do Tubarão na Série B no domingo (10), às 11h, contra o Náutico, no estádio do Café.

Você está de volta ao futebol depois de dois anos. Por que a escolha pelo Londrina?

Londrina é um clube tradicional, tem uma história e uma estrutura. E por aquilo que conversei com o Sérgio (Malucelli) tem ambição para crescer. A Série B será um campeonato difícil e juntou tudo isso, com as coisas que eu já sabia, do CT, do que o Sérgio está pensando, achei por bem em aceitar. Estamos há um mês aqui e estou gostando. Os jogadores têm trabalhado, aceitado as ideias e comprado aquilo que a gente está passando.

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Qual a sua meta e a do Londrina para a Série B?

A gente tem um sonho grande, de fazer uma campanha digna. E para isso é preciso que as pessoas comprem a ideia, nos ajudem, o torcedor nos apoie. É uma cadeia e tem que andar em sintonia diretoria, comissão, atletas e torcida para fazer um Londrina forte, competitivo. A meta é sempre conquistar o acesso. O Londrina tem alguns anos que não joga a Série A, então tem que pensar grande, não só em se manter, mas pensar no acesso.

Pela sua trajetória no futebol, seria normal uma valorização do seu trabalho em caso de uma boa campanha. Há o risco de você deixar o Londrina ao longo da competição com possível propostas?

Não. A ideia é fazer até o final e conseguir o objetivo. Este é o meu pensamento desde que vim para cá. Quero terminar a temporada aqui com êxito.

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| Foto: Ricardo Chicarelli/LEC

Nos últimos anos, os chamados grandes que disputam a Série B têm tido muita dificuldade. O Cruzeirovai para o terceiro ano seguido na competição, o Vasco pela segunda vez. Você acredita que a tendência é que este ano seja da mesma forma ou pode existir uma predominância dos grandes?

É muito relativo e temos que olhar e ver os jogos primeiro. Pelo que eu acompanho dos estaduais, da Copa do Nordeste, há uma igualdade. Não vejo um clube tão superior como era quando estes grandes venciam com facilidade. Temos os exemplos do Cruzeiro, do Vasco, do Botafogo, que teve uma reação no ano passado. Temos um Bahia, um Sport, uma Chapecoense, tem campeão brasileiro, do mundo, da Libertadores, da Copa do Nordeste, da Copa do Brasil.

O lado positivo é que talvez eles te deixem jogar, praticar um jogo mais reativo e ter espaços. Temos que esperar e ver os jogos para saber o que realmente vão mostrar. Têm tradição e uma série de outras coisas, mas tem que jogar.

Você está satisfeito com a forma como o Londrina está conduzindo as contratações e com os nomes que estão chegando?

A gente tem que ter os cuidados e entender também as dificuldades do mercado no aspecto financeiro. Têm coisas que temos que relevar. Evidente que eu gostaria que todos já estivessem aqui trabalhando há um bom tempo, mas tem que entender que estamos no fim dos estaduais, alguns clubes se classificaram e aí é preciso esperar a disputa da Copa do Brasil. Tenho que entender isso, faz parte do processo. Os que chegaram estão trabalhando e quem estava aqui está buscando seu espaço e entendendo a nossa ideia.

O Londrina vive com uma dificuldade financeira e atrasos salariais (na última semana o clube pagou os salários do mês de janeiro). Isso tem prejudicado a negociação com possíveis reforços e o seu trabalho no dia a dia?

Só tenho que agradecer o comportamento deles (jogadores), a dedicação e o senso profissional com todas as dificuldades, que não é só no Londrina, mas no futebol brasileiro. Alguns clubes grandes endividados, com dívidas monstruosas, com clubes da Série A em dificuldades. O Londrina poderia estar em uma situação mais tranquila, pois tem dinheiro a receber de clubes grandes. Então, eu tenho que entender este processo também, ter calma, paciência e compreensão. Coisa que eles (jogadores) estão tendo, com muita dedicação e profissionalismo.

Em um mês de trabalho, o que já conseguiu colocar das suas ideias e o que projeta para a semana final de preparação antes da estreia?

A principal ideia é ser um time competitivo. O futebol de hoje exige um time intenso, que tome as decisões corretas, tenha segurança e saiba controlar. Temos mais uma semana de trabalho, vamos treinar no horário do jogo (11h), para aproveitar a semana cheia e definir o time.

O torcedor do Londrina ficou muito satisfeito a sua contratação e criou uma grande expectativa para a participação do clube na Série B. Qual recado gostaria de deixar para a torcida alviceleste?

Que juntos seremos forte. Peço o apoio, o incentivo, uma torcida vibrante dentro dos 90 minutos. Terminou o jogo, não correu, não lutou, não brigou, aí pode reclamar, protestar. Dentro dos 90 minutos precisa ajudar, participar para que esses atletas sintam a importância de vestir uma camiseta como a do Londrina de tanta tradição e que está na hora de voltar a jogar a Série A.

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