O Ministério do Trabalho e Previdência incluiu 22 novas atividades profissionais na CBO (Classificação Brasileira de Ocupações). Assim, o Brasil registra 2.269 ocupações legalmente reconhecidas. O documento, porém, segundo nota do Ministério, não é responsável por sua regulamentação, que é realizada por lei. “O reconhecimento de uma ocupação é feito após um estudo das atividades e do perfil da categoria”, diz a nota da pasta.

Os dados da CBO servem de base para o desenvolvimento de políticas públicas de emprego. “A atualização é feita levando em conta mudanças nos cenários tecnológico, cultural, econômico e social do país, que provocam alterações na dinâmica do mercado de trabalho brasileiro”. O oficial de proteção de dados pessoais, também incluído agora, é exemplo disso, já que a necessidade por profissionais desse setor no país foi acompanhada do Marco Civil da Internet e da Lei Geral de Proteção de Dados.

TRABALHO E ESTILO DE VIDA

Rogério Rodrigo Lopes, o “FEBEM”: skatista profissional é de Apucarana e já foi para vários países
Rogério Rodrigo Lopes, o “FEBEM”: skatista profissional é de Apucarana e já foi para vários países | Foto: Luis Lopes/ Divulgação

O skatista profissional Rogério Rodrigo Lopes “FEBEM”, de Apucarana, conta que sabia sobre o reconhecimento do skate pelo Ministério do Trabalho. "Antes disso, alguns amigos já tinham carteira registrada. Ando de skate há 29 anos, profissionalmente desde 2007, mas considero bom o reconhecimento, pois é uma forma de valorizar o nosso trabalho como skatista que vive do skate", explica.

O skatista profissional também expõe que o que mais curte no seu trabalho é poder conciliar diversão e trabalho. "O skate já me levou a várias cidades, e alguns países, onde eu participei de eventos profissionais. Na França, em Paris, participei do FAR’N HIGH, na Inglaterra, em Londres, do Street League, na Espanha, em Barcelona, passei alguns dias produzindo material (vídeo e fotos), no Brasil já fui a quase todas as capitais", alegra-se. "O skate vai além das competições, trabalho bastante essa parte de produzir material para as redes sociais dos meus patrocinadores, o skate é um estilo de vida", pensa.

PROFISSIONAL DETALHISTA

Suzanny Moritz: profissional organiza casas e empresas, cuidando inclusive da mudança de idosos
Suzanny Moritz: profissional organiza casas e empresas, cuidando inclusive da mudança de idosos | Foto: Divulgação

Suzanny Moritz é conhecida como Su organizer e atua como personal organizer há três anos. "Minha profissão anterior era advogada. "Sinceramente, sempre esperei que esse dia chegasse e fiquei sabendo da novidade pelo jornal e, por essa ser uma atividade relativamente nova no Brasil, fiquei surpresa em como esse reconhecimento veio rápido, diferentemente da profissão de empregada doméstica e até outras profissões que demoraram décadas para serem reconhecidas", observa.

Su considera que como toda profissão o reconhecimento é importante. "Porque a partir daí é que podem pensar nas leis que serão criadas para regulamentar a atividade desse profissional. Com a pandemia, muitas pessoas tiveram que mudar seu estilo de vida e até a forma de trabalhar, o famoso home office se instalou e foi ficando", comenta a organizadora personalizada. "A organização muda vidas", sustenta.

Su lembra que essas mesmas pessoas passaram a ficar muito tempo em casa e começaram a observar a casa com um outro olhar. "Consequentemente buscar outros tipos de serviços que atendessem suas necessidades do momento . Assim, a personal organizer entrou em cena para ajudar na organização dessas casas e deixar o ambiente mais propício para concluir as tarefas do dia a dia com mais tranquilidade e bem-estar", aposta.

De seu ponto de vista, assim como outros profissionais, o personal organizer também tem que se especializar, fazendo diversos cursos relacionados à área. "Esse trabalho exige muitas técnicas , para ser concluído de uma forma rápida e ter um resultado satisfatório. Não é só simplesmente ir guardando as coisas. Muitas pessoas acham que nosso trabalho só se resume a “dobra de roupas” na verdade vai além disso , eu organizo desde ambientes residenciais a corporativos", afirma.

Su explica que há um leque de tipos de organização: para idosos, pessoas em luto , clínicas, lojas, e muitas outras. " E o que mais me encanta é poder ajudar as pessoas, recebo muitos feedbacks e a maioria dos meus clientes gosta do meu trabalho e falam 'como não existia esse trabalho antes?' Amo o que faço, e me preocupo sempre em fazer uma organização personalizada, de acordo com as necessidades deles. Fico realizada por exemplo,quando posso ajudar um casal de idosos na sua mudança, que talvez levassem até meses para concluir".

UM BRINDE AO SOMMELIER

Pablo Ferreira, sommelier: "Esse reconhecimento é excelente para o setor"
Pablo Ferreira, sommelier: "Esse reconhecimento é excelente para o setor" | Foto: Divulgação

Com 22 anos de experiência com bebidas, 14 com vinhos e sommelier profissional há 4 anos, Pablo Ferreira sente-se feliz com a decisão e considera que ela fortalece todo o setor ao qual sua profissão está ligada. "Estamos engatinhando na cultura de vinhos no mercado brasileiro, mas a novidade é excelente, pois serão mais pessoas ensinando sobre rótulos, processo e harmonização, por exemplo", cita.

Do francês, sommelier era o carroceiro dos castelos e palácios, que, por transportar as pipas de vinho, acabou sendo incumbido de provar seu conteúdo antes que fosse servido aos reis e nobres. Hoje, Ferreira destaca que supermercados, adegas, restaurantes e empórios se apropriam do profissional, assim como o consumidor final que fica compreendendo mais sobre o universo dos vinhos.

O especialista que é capaz de criar a chamada “carta de vinhos” e um portfólio de qualidade aos diferentes estabelecimentos - e de modo estratégico - considera que todos ganham nesse processo de valorização do sommelier: "É uma evolução e embora a maioria comece no mundo do vinho com o tinto suave, aos poucos vai descobrindo que cada vinho tem suas características e, no processo de harmonização por exemplo, cada vinho irá fazer um "casamento" com o alimento e aí o sommelier entra para tornar a degustação mais prazerosa, mas sem complicar", descontrai.

De acordo com Pablo Ferreira, é papel do sommelier também aguçar o interesse das pessoas. "Ofereço as informações de modo acessível para quem está começando, assim como para aqueles profissionais que precisam atender o público e, cada um vai se aperfeiçoando e amadurecendo, como o vinho", sorri. "O bom vinho amadurece, não envelhece", lembra.

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