A versatilidade é uma das características das mulheres. Entre seus múltiplos papéis, é no mercado de trabalho também que muitas encontram o reconhecimento profissional e, não raro, alcançam degraus altos, leia-se ocupam a almejada liderança - a qual exige muita dedicação. Vocação, potencial e perfil são atributos essenciais e o desenvolvimento deles também é possível, pois as ferramentas de aprendizagem estão à disposição de todos e líderes natos também estão em contínuo desenvolvimento.

Atualizado com os avanços do mercado de trabalho, o educador financeiro e fundador da Academia do Dinheiro, Mauro Calil, considera que o mérito das mulheres em cargos de liderança é reconhecido por grandes empresas e a gigante de softwares alemã SAP é um referência mundial nesse cenário.

O educador financeiro Mauro Calil considera que o mérito das mulheres em cargos de liderança é reconhecido por grandes empresas
O educador financeiro Mauro Calil considera que o mérito das mulheres em cargos de liderança é reconhecido por grandes empresas | Foto: Roberto Custódio

Criadora de softwares de gestão de empresas, a SAP destaca-se, segundo Calil, não somente pela valorização das mulheres. "A maior do mundo em softwares também tem seu nome ligado à inclusão de pessoas com Síndrome de Down e autismo", cita. "Estudos comprovam que a diversidade de gênero aumenta significativamente a produtividade e o lucro das empresa", exemplifica o educador.

Acerca das boas práticas do mundo corporativo, Calil explica que esse tipo de visão do empregador em relação à diversidade soma às empresas. "O mundo não é bipolar, o mundo é multipolar. Quando você traz diversidade para dentro da empresa, começa a verificar a possibilidade de expansão nos mercados e atinge mais consumidores", ensina. Calil vai além: "A diversidade de gênero, raça e crenças agrada e vai ao encontro de um mercado consumidor gigante e o incentivo é uma realidade em empresas de visão: sabem que a produtividade e o lucro são consequências, ratifica.

NA PRÁTICA, A LIDERANÇA

É muito comum também que as mulheres encontrem pedras no caminho na busca por novos cargos - com mais responsabilidade dentro de uma empresa. Por outro lado, existem empresas que não têm a sensibilidade de olhar para os diferenciais da mulher. Na Belagrícola, existem vários programas que visam acolher e estimular as mulheres a crescerem profissionalmente.

Entre eles estão: licença maternidade de seis meses, auxílio creche para crianças até dois anos, o Programa Viva Mais que tem uma vertente específica para as gestantes, abrangendo desde a área nutricional, até a clínica e psicológica. A empresa vem, há alguns anos, registrando um aumento no número de líderes mulheres. De suas cerca de 340 colaboradoras, em 2018 eram 20% líderes; 2019 – 21%; em 2020 – 21%; e 2021 – 22%.

Para acelerar esse crescimento, neste mês de março, será lançado um programa com o objetivo de trabalhar a liderança feminina, networking, empoderamento, marcas pessoais. A partir de um workshop marcado para o dia 16, serão feitos grupos de estudos para discussões e diagnóstico dos problemas que impedem o maior crescimento das mulheres na empresa para sejam implantadas as mudanças necessárias.

A Gerente Executiva de Gente e Gestão, Laura de Albuquerque Philippsen, explica que todo esse engajamento está pautado nos valores da empresa que colocam as pessoas em primeiro lugar. "Isso é genuíno e consideramos que é por meio dos colaboradores que vem o nosso crescimento. Acreditamos também que as perspectivas das mulheres possam ser ainda melhores e por isso estamos investindo mais em programas de formação, educação e conhecimento para que a figura feminina seja parte de nosso time estratégico", pontua Philippsen.

UMA PROFISSIONAL INSPIRADORA

No livro a ser publicado, "Liderança Feminina - Inspiração, Crescimento e Transformação, Academia Europeia de Alta Gestão", a psicóloga e gestora de Recursos Humanos com carreira multinacional, Leila Pereira, dedica atenção ao fato de que mulheres na liderança das empresas têm sido cada vez mais uma tendência em nossa sociedade.

Leila Pereira, psicóloga e gestora de RH: "Embora haja uma minoria histórica de mulheres em posições de liderança, o futuro aponta para essa realidade"
Leila Pereira, psicóloga e gestora de RH: "Embora haja uma minoria histórica de mulheres em posições de liderança, o futuro aponta para essa realidade" | Foto: Divulgação

O conteúdo aponta que as empresas têm se preocupado em apresentar possibilidades mais igualitárias, disseminando uma cultura mais inclusiva em um ambiente mais diverso, com homens e mulheres, contribuindo para uma igualdade mais transparente e justa dentro das organizações. Empresas que mostram cargos de liderança mais próximos de um balanceamento entre homens e mulheres, têm mais chances de alcançarem retorno financeiro acima da média.

A obra explica que isso se dá pela maior capacidade de mulheres analisarem problemas com caráter mais igualitário com a naturalidade sobre relacionamentos interpessoais, onde demonstram adaptação e eficiência em tomadas de decisão. Na publicação, Pereira mostra as questões e principais desafios sobre como as mulheres os tem superado ao longo de sua carreira e que contribuíram com a sua ascensão à posição de liderança.

Em entrevista à Folha, Pereira que segue no cargo mais alto da maior empresa de embalagens do mundo conta um pouco sua trajetória: "Nasci na área rural, sempre fui estudiosa e em 2000, na sétima série, fui contemplada com o prêmio Bom Aluno e ganhei bolsa de estudo em escola particular, curso de Inglês e precisei me esforçar muito para acompanhar a nova escola", conta.

Pereira sente-se realizada, ao mesmo tempo em que considera que todo o mercado pode valorizar e investir mais em suas colaboradoras. "Hoje as empresas já sabem que os resultados são no lucro, na produtividade. A qualificação superior das mulheres é uma realidade e embora haja uma minoria histórica de mulheres em posições de liderança, o futuro aponta para essa realidade", considera.

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Laura de Albuquerque Philippsen, da Belagrícola: "Estamos investindo em programas de formação, educação e conhecimento para que a figura feminina seja parte do time estratégico" | Foto: Divulgação

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