Se antes da crise do novo coronavírus as plataformas virtuais já eram um poderoso reforço para aproximar quem vende de quem compra, em tempos de isolamento social elas se tornaram fundamentais na garantia da sustentabilidade dos negócios, especialmente para os autônomos e microempresários, que nas últimas semanas viram o faturamento despencar em razão da suspensão das atividades no comércio. Algumas iniciativas começam a surgir como um importante auxílio em uma época de tantas incertezas econômicas.

Imagem ilustrativa da imagem Plataformas gratuitas viabilizam e-commerce para autônomos e microempresas
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Em São Carlos, no interior paulista, o empresário da área de software Danny Alexandre Mazzo fundou o #todosjuntos, um portal de vendas gratuito e que funciona de forma simples e prática. A plataforma é como um catálogo virtual, com as especificações do produto ou serviço e o preço. Quando o cliente se interessa pela compra, é direcionado ao WhatsApp do anunciante. Sem custo de manutenção ou hospedagem, Mazzo contou que a ideia partiu do interesse súbito pelo e-commerce que surgiu entre os seus clientes. “Eles começaram a me ligar porque queriam vender pela internet. Quem já tinha loja virtual, ok, mas quem nunca fez isso, não é tão simples porque tem toda a questão de estrutura e logística”, destacou. “Já estávamos trabalhando em uma loja virtual nova. Paramos e criamos o #todosjuntos.”

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O site todosjuntos.superempresa.com.br está no ar há uma semana e reúne, por enquanto, 14 negócios, de variados setores, em Botucatu, Franca, Ribeirão Preto, São Carlos, São Paulo, Petrópolis e Manaus. Entre as opções, há pão caseiro, bolo de pote, salgados, comida japonesa, corretores de seguro, serviço contábil e ateliê de costura. A plataforma é acessível a empreendedores de qualquer cidade do país e a expectativa de Mazzo com a divulgação nas redes sociais é chegar a mil profissionais utilizando o sistema. “Qualquer profissional que está passando por dificuldade, pode montar a loja e divulgar. A gente não exige nenhuma documentação. Não é preciso ter CNPJ. Ele divulga o serviço nas suas redes sociais e os clientes são direcionados ao site. Dessa forma, o profissional se organiza melhor. Não cobramos nenhum percentual sobre as vendas.”

Mazzo também ressalta que a plataforma não é para ser utilizada apenas durante a pandemia. Depois que a crise na saúde acabar, o site permanecerá no ar até porque o empresário acredita que após a pandemia, as relações comerciais não voltarão a ser como antes. “Não adianta as pessoas acharem que vai tudo voltar ao normal porque o normal já não existe mais. As empresas vão ter que se reinventar e as vendas pela internet são o caminho.”

Em Londrina, o proprietário da escola de natação Arena Club, Ricardo Mazalotti Dangui Filho, também decidiu investir em uma plataforma virtual para divulgar produtos e serviços oferecidos pelos alunos. “A ideia é ter uma ação solidária com os pequenos, que são os mais afetados. A gente tem bastante aluno com esse perfil. O custo é todo por nossa conta, o anunciante não vai ter custo algum”, comentou. O site www.arenaclub.net.br/londrina-rede-apoio entra no ar nesta sexta-feira (17). “Temos uma escola em Londrina e outra em Sarandi e vamos fazer um site para cada uma.”