O número de demissões na Pado, indústria do setor metalúrgico instalada em Cambé (Região Metropolitana de Londrina), atingiram 110 funcionários na última segunda-feira (13). A informação é do Stimmel (Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Londrina e Região). O número não foi confirmado pela empresa, que informou que não vai se pronunciar sobre o assunto.

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. | Foto: Arquivo- Agência Brasil

O número de desligamentos, segundo o Stimmel, corresponde a 11% do quadro total de empregados. Conforme o sindicato dos trabalhadores, a justificativa é a pandemia do novo coronavírus, que obrigou estados e municípios a adotarem a quarentena como forma de frear a propagação da covid-19, mas que teve como efeito colateral a queda na produção e, consequentemente, no faturamento. A empresa estaria com as atividades suspensas desde o dia 25 de março em razão das medidas de distanciamento social.

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Os desligamentos teriam sido anunciados na segunda-feira e, conforme o presidente do Stimmel, Valdir de Souza, ao ser informado pelos funcionários das demissões, o sindicato sugeriu à empresa acordos de redução de jornada e salários e de suspensão de contratos para tentar preservar os postos de trabalho, conforme previsto na Medida Provisória 936/2020, que instituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda, do governo federal.

Duas minutas, uma para redução de jornada e outra para suspensão dos contratos, chegaram a ser elaboradas e encaminhadas à Pado. “Eles receberam as minutas, ficaram de analisar, mas decidiram mandar embora os trabalhadores. Não propuseram acordo”, disse Souza. As rescisões contratuais devem começar na próxima quarta-feira (22).

Mais demissões

Além da Pado, outras três empresas de Londrina e região anunciaram demissões. Nas três empresas do grupo Arames Top, foram 40 desligamentos nesta semana. Na Reifor, houve dispensa de 26 funcionários na semana passada. E em uma terceira empresa da Região Metropolitana de Londrina, foram 52 trabalhadores demitidos nesta semana, cerca de 32% do quadro de funcionários, segundo o Stimmel. Juntas, as quatro empresas dispensaram 228 trabalhadores. “As demissões estão acontecendo em todos os setores, mas atingem, principalmente, os trabalhadores da área de produção”, comentou Souza.

Em alguns casos, a proposta dos patrões é pagar as verbas rescisórias parceladamente, em prestações que podem se estender por até 50 meses.

Em entrevista à FOLHA, na última quarta-feira (15), o grupo Arames Top disse que, devido à inadimplência, as demissões foram necessárias para que a empresa pudesse honrar a sua folha de pagamento. A Reifor justificou os desligamentos com a queda significativa das vendas do setor.