Na última sexta-feira (27), prefeitos de 54 municípios da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná) haviam decidido, por unanimidade, pela reabertura gradual do comércio a partir do dia 1º de abril. Nesta segunda-feira (30), no entanto, a decisão foi revista, seguindo recomendações do Ministério Público e da Secretaria Estadual da Saúde de preservar as medidas de isolamento diante do pico de contaminações previsto para os próximos dias.

A Amop tem sede em Cascavel, cidade que teve a sua primeira morte por Covid-19 confirmada nesta segunda-feira (30). O primeiro óbito registrado na região foi um dos fatores que pesou na decisão da entidade.

Imagem ilustrativa da imagem Municípios do PR discutem reabertura do comércio
| Foto: Divulgação/Amop

"Entre os argumentos contrários à reabertura gradual do comércio, está a necessidade de as equipes municipais de saúde receberem todos os equipamentos de proteção necessários, a instalação de equipamentos de suporte, como um tomógrafo, que só ocorrerá neste fim de semana, e ainda: a chegada de respiradores, insumos e a finalização da instalação de obras nas cidades-pólo que garantem suporte médico a eventuais pacientes que contraírem a enfermidade", diz nota oficial divulgada pela Amop.

Ainda segundo a nota, a revisão da decisão levou em conta posicionamento do secretário estadual da Saúde, Beto Preto, da necessidade de estruturação da rede pública de saúde para atendimento adequado dos pacientes no período crítico que se aproxima, a fim de evitar o colapso do sistema.

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Parte dos 23 municípios da Amerios (Associação dos Municipios de Entre-Rios), entretanto, já teriam aderido à reabertura gradual do comércio, e alguns deles teriam até retomado a atividade do comércio a partir desta segunda (30), a exemplo da cidade de Pérola (Região Metropolitana de Umuarama), da qual o presidente da AMP (Associação dos Municípios do Paraná), Darlan Scalco, é prefeito.

Segundo a Amerios, a reabertura do comércio ainda está em discussão pelos municípios da Associação, e cada prefeitura tem a prerrogativa de aderir ou não.

Em Pérola, foi implantada uma barreira sanitária na entrada do município, com o monitoramento de pessoas que vêm de fora da cidade por duas semanas, e medidas de prevenção nos estabelecimentos, como distância mínima de dois metros entre mesas de bares, lanchonetes e restaurantes, uso de álcool gel por funcionários e clientes, controle de fluxo de pessoas, e distanciamento de máquinas e rodízio de funcionários nas indústrias.

Planejamento

A Amop afirmou que continua com trabalho focado na reabertura planejada das empresas de atividades não essenciais, respeitando protocolos recomendados pelas autoridades de saúde, e em articulação com o MP, Regionais de Saúde, Caciopar e outras entidades.

Os municípios, por outro lado, têm autonomia constitucional para tomarem as medidas que julgarem necessárias, desde que balizadas por protocolos de contingenciamento que respeitam diretrizes técnicas na área de saúde, diz a Associação. "Existem situações distintas, municípios mais bem estruturados que outros, e cuja situação é diferenciada, inexistem casos de contaminação e possibilita que retomemos as atividades de forma controlada."

A Amop afirmou ainda que encaminhará ofícios ao secretário estadual de Saúde, Beto Preto, e ao ministro da Saúde, Henrique Mandetta, pedindo regulamentos que possibilitem a reabertura do comércio e a retomada das atividades empresariais, pois "a estabilidade econômica deve ser preservada junto com preservação da saúde e da vida das pessoas".

*Atualizado às 20h33.