A avenida Duque de Caxias, no centro de Londrina, é alvo de discussões entre comerciantes e poder público há muito tempo. Os pontos de maior interesse são a fluidez no trânsito, vagas de estacionamento e o projeto de duplicação da via.

Imagem ilustrativa da imagem Ippul propõe mudanças no trânsito na Duque de Caxias
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha


O diretor de Trânsito e Sistema Viário do Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano), Gilmar Domingues, explicou que a proposta já validada pelo órgão é a flexibilização da faixa exclusiva para ônibus, no período das 9h às 16h. O trecho compreende 1.300 metros entre as avenidas JK e Leste-Oeste.

“Nesse horário há uma ociosidade muito grande na faixa exclusiva, mas da maneira que funciona hoje todos os motoristas são obrigados a transitar em uma única pista de rolagem. Porém, essa mudança agora depende de um modelo de fiscalização, como a instalação de novas câmeras de monitoramento, por exemplo”, afirma.

Outra intervenção apontada por Domingues é a implantação de um estacionamento rotativo por meio da Zona Azul. “É uma forma de democratizar o espaço de estacionamento dentro do mesmo período, das 9h às 16h”, diz. A expectativa do Ippul é de que essas alterações no trânsito da avenida, aconteçam no próximo mês. Entretanto, as mudanças dependem da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização). A assessoria de comunicação do órgão informou que vem participando das discussões com empresários e Ippul e que está estudando as indicações.

DUPLICAÇÃO

A FOLHA tem acompanhado as soluções discutidas para a avenida Duque de Caxias, que tem grande valor histórico e comercial na região central. Em setembro de 2021, um grupo de empresários e representantes de entidades que formam o Núcleo Nossa Duque, cobrou uma solução do poder público. O grupo, que integra o Programa Empreender, da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), pedia a exclusão do projeto de duplicação da avenida.

Na época, o presidente do Ippul, Tadeu Felismino, disse que ainda não era possível dizer que a possibilidade de duplicação da avenida estaria descartada e ressaltou a necessidade de retomar a discussão para avaliar possíveis soluções. Dois meses depois, integrantes do Núcleo se reuniram novamente para debater as propostas e caminhar pela avenida.

Nesta sexta-feira (4), Domingues explicou que o Instituto está revisando o artigo 21 da Lei Municipal 12.237 de janeiro de 2015, que dispõe sobre o Sistema Viário Básico do município. “Temos o Plano Diretor que foi aprovado e por dever de ofício, temos que trabalhar nas leis específicas. Uma delas é a Lei do Sistema Viário, que prevê alguns ajustes no sistema viário, dentre elas, a avenida Duque de Caxias. Mas temos também no Plano de Mobilidade Urbana, entregue em novembro de 2021, uma nova situação que envolve o projeto de duplicação da via”, explica.

De acordo com ele, estudos técnicos mostram que a prioridade para os próximos anos é duplicar o trecho da avenida Duque de Caxias, a partir da avenida Brasília. “É o prolongamento da Duque de Caxias que chega na avenida Lucia Helena Viana, sentido zona norte. É um corredor imprescindível para o trânsito da cidade. A previsão é de esse projeto seja executado dentro de 10 anos”, diz.

Além do estudo técnico, o Ippul considerou o estudo de Patrimônio Histórico elaborado pela UEL (Universidade Estadual de Londrina). “Se simplesmente retirarmos a obrigatoriedade de duplicação deste trecho na área central, podemos provocar uma demolição em massa. Isso tem que ser amplamente discutido”, destaca.

Sendo assim, Domingues afirma que o projeto de duplicação não será excluído, mas passará por algumas revisões. “A principal delas é suprimir do texto o trecho que cita o perímetro entre a JK e a Leste-Oeste", diz. A nova redação deverá ser concluída no mês que vem euUma minuta de projeto de lei será encaminhada à Câmara Municipal para a etapa de discussões e audiência pública.

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