O PELT 2035 (Plano Estadual de Logística em Transporte) passará por uma nova atualização. A última versão, de 2016, elencou as obras prioritárias para a eliminação de gargalos na área de infraestrutura e passados seis anos, alguns projetos avançaram e outros devem ser incluídos. O trabalho de revisão do plano tem a coordenação técnica do Conselho Temático de Infraestrutura da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná) e acontece ao longo de todo o mês de julho, em oito reuniões regionais, com a participação de diversas entidades da sociedade civil e setor produtivo.

A primeira das reuniões será realizada em Londrina, na próxima sexta-feira (15). Em seguida, as rodadas de discussões seguem por Maringá (19), Cascavel (20), Francisco Beltrão (21), Pato Branco (22), Guarapuava (27), Ponta Grossa (28) e se encerram no final do mês, em Curitiba (29). Os eventos serão abertos a lideranças empresariais e técnicos indicados pelas entidades participantes, encarregadas de revisar todas as obras incluídas no PELT.

Na versão de 2016, o documento listava 97 obras e ações de todos os modais para o fomento da infraestrutura do Estado que precisariam sair do papel até 2035. São projetos pensados para melhorar a eficiência do setor, reduzindo custos e aumentando a competitividade. Desse total, 48 eram referentes a rodovias, 17 ligadas a portos, 16 a aeroportos, oito a ferrovias e oito a outros modais, como dutovias, hidrovias e infovias. Seis anos depois, 24% foram concluídas, cerca de 55% estão em andamento ou em fase de planejamento e o restante, em torno de 21%, não foi iniciado.

LEIA TAMBÉM:
- Prefeitura avalia estudos que vão basear concessão da rodoviária

- Operários trabalham na construção de passarela na PR-445

Entre as entidades que atuaram na elaboração do PELT e agora farão as atualizações estão o Movimento Pró-Paraná, o IEP (Instituto de Engenharia do Paraná) e o Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná), além do G7, grupo que reúne as principais entidades do setor produtivo paranaense, como a Fiep, Faep (Federação da Agricultura do Paraná), Fecomércio-PR (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná), Sistema Ocepar, Fetranspar (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná), Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná) e ACP (Associação Comercial do Paraná).

O Crea-PR representa mais de 90 entidades de classe e mobiliza todas elas para que deem sua contribuição nas discussões a partir do que vivenciam em suas regiões e de seus conhecimentos nas necessidades locais de infraestrutura e que estabeleçam uma hierarquia entre essas necessidades. “Já temos um posicionamento a respeito disso na nossa agenda parlamentar, na qual há uma série de documentos com posicionamentos em infraestrutura. A gente já oferece esse material como subsídio”, disse o presidente do Crea-PR, Ricardo Rocha de Oliveira.

As sugestões, ressaltou ele, são feitas a partir de uma visão técnica sem nenhum viés partidário, mas em ano eleitoral o PELT é apresentado aos candidatos no sentido de obter um compromisso de campanha para garantir os investimentos e a execução desses projetos. “A busca é por um desenvolvimento sustentável para todo o Estado, do ponto de vista social, econômico e ambiental. O Paraná é o supermercado do mundo, com esses projetos, queremos agregar valor e produtividade para que possamos ampliar o desenvolvimento do Estado”, reforçou Oliveira.

Assessor de Assuntos Estratégicos da Fiep, João Arthur Mohr destacou o modal aeroviário como o que mais avançou entre todos os projetos previstos na versão atual do PELT. Das 16 obras listadas, 90% estão prontas. Dentre elas, o programa de aviação regional que possibilitou operações em aeroportos menores, como Arapongas, Apucarana e Cornélio Procópio, na Região Norte do Estado.

As obras de ampliação da pista e a mudança no terminal de passageiros do Aeroporto Governador José Richa, em Londrina, também estavam previstas no PELT e serão executadas pela concessionária CCR, que assumiu a administração do aeroporto. “A partir de sexta-feira, a gente vai revisitar essas obras, ver as que ainda não estão entregues, mas estão em andamento ou em fase de planejamento, acompanhar essas obras, e colocar outras obras no PELT e priorizar as mais necessárias”, disse Mohr.

Entre as obras que não evoluíram, estão o Trem Pé Vermelho, pensado para melhorar a mobilidade urbana entre as cidades da Região Metropolitana de Londrina. A hidrovia Paraná-Tietê, que pretendia levar barcaças até Guaíra foi outro projeto que não avançou, assim como a construção de um terminal de passageiros no Porto de Paranaguá como forma de fomentar o turismo no Estado. “Algumas coisas vão ser reformuladas, mas o item mobilidade urbana vai ser colocado no PELT porque essa é uma discussão necessária pela questão da qualidade de vida das pessoas. A ideia é provocar nos governos essa visão de que uma cidade não pode fazer esse plano sozinha, tem que fazer junto com as outras cidades do entorno, no sentido de planejar a mobilidade”, disse Mohr. “Esse planejamento não vai sair na sexta-feira. O principal papel do PELT é atuar para que os governos estejam juntos. É um plano construído a várias mãos e que possa vencer a troca de governos. Quando se faz essa construção coletiva, com a participação da sociedade, não se joga gora o trabalho anterior.”

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.