Curitiba - Diante do isolamento imposto pela pandemia do novo coronavírus, donos de bares, cafés e restaurantes estão se adaptando para tentar ao menos diminuir os prejuízos nesse Dia das Mães. A data é considerada a segunda mais importante do calendário para o setor, atrás apenas do Natal.

Imagem ilustrativa da imagem Com delivery e drive-thru, bares e restaurantes tentam "salvar" Dia das Mães
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Segundo o presidente da Abrabar (Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas) do Paraná, Fábio Aguayo, a ideia é apostar no delivery, no drive-thru e em promoções com brindes, como forma de atrair os clientes. A entidade também está promovendo, junto da CNTur (Confederação Nacional do Turismo) e do Sindicato das Empresas de Gastronomia, a ação "Estamos Abertos".

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"Todas as famílias vão a churrascarias e restaurantes. Queremos manter essa tradição e marcar uma posição, informando que os estabelecimentos estarão abertos, seja de forma parcial, presencial, ou pelo take away, que é a retirada no balcão. Estamos orientando que eles mandem com os pedidos uma lembrança, um brinde, para reforçar a marca e até como forma de demonstrar empatia", afirma.

De acordo com Aguayo, todo o setor está trabalhando com 10% de sua capacidade. "Ninguém está conseguindo ultrapassar isso. A situação está dramática. Então, nessas datas marcantes, queremos ultrapassar essa barreira; chegar a um teto de 30%", comenta. O segmento abriga mais de 60 mil estabelecimentos no Estado, sendo 14 mil deles em Curitiba.

Sem detalhar números, a Abrabar informa que no ano passado o faturamento cresceu 3,8% em relação a 2018 e que, antes da Covid-19, as projeções eram otimistas. Agora, contudo, a queda beira 90%, chegando a 100% em alguns casos. "Tem lugar que só abre para os donos não enlouquecerem. Eles vão lá, vendem um cafezinho ou um sanduíche, para mostrar que estão vivos", conta Aguayo.

O empresário diz ainda que 30% dos estabelecimentos já fecharam e que há um temor de se chegar a 50% até o fim da pandemia, caso ocorra lockdown [ou tranca-rua, em tradução livre, que seria o isolamento completo nas cidades]. "Vamos regredir, em números, ao que tínhamos na década de 1990, início dos anos 2000".

Em Londrina, a Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) perguntou aos consumidores o local onde planejam comemorar o Dia das Mães e a resposta revela que, diferente dos outros anos, os restaurantes deixaram de ser a primeira opção para a maioria dos filhos. Mesmo após o afrouxamento das medidas de isolamento social, que permitiram a reabertura dos restaurantes ainda que com restrições de público, 74,1% dos entrevistados disseram que irão celebrar a data em casa. Vinte e cinco por cento deles não pretendem comemorar e apenas 0,9% irão almoçar fora.

Gerente do restaurante Bolonha, Jorge Buselatto costuma atender cerca de 600 pessoas no Dia das Mães. Nos anos anteriores, relembra ele, a intensa procura provocava filas de espera das 11h30 às 15 horas do domingo das mães. Para este ano, calcula ele, a expectativa é receber entre 120 e 150 pessoas. “Se conseguirmos atender 20% do público do ano passado, vai ser muito”, disse. O delivery, comentou Buselatto, representa apenas 10% das vendas e isso não deve mudar neste ano.

“Nunca trabalhamos com reservas. Sempre atendemos por ordem de chegada. Neste ano, abrimos para reservas no primeiro horário (por volta das 11 horas) e não fechamos nenhuma”, lamenta. “Já perdemos a Páscoa, o Dia das Mães e, pelo andar da carruagem, vamos perder o Dia dos Namorados também, que é a nossa segunda melhor data do ano, só perde para o Dia das Mães.” (Colaborou Simoni Saris)