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Economia 5m de leitura

Bolsas da Europa fecham em queda com incerteza sobre comércio global

ATUALIZAÇÃO
13 de novembro de 2019

Marcela Guimarães
AUTOR

As bolsas europeias fecharam em território negativo nesta quarta-feira, 13, com dúvidas sobre o comércio global, principalmente em relação a um acordo preliminar entre Estados Unidos e China, diante da falta de um sinal firme de avanços. Os investidores europeus também assimilavam a decepção em relação ao discurso, ontem, do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que não faz quaisquer comentários sobre a expectativa de um eventual adiamento na imposição de tarifas sobre carros de montadoras europeias. O esperado discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês), Jerome Powell, previamente escrito para ser apresentado no Congresso americano e divulgado pela imprensa antes da sua transmissão, não trouxe elementos capazes de alterar o mau humor dos mercados no Velho Continente.

O índice pan-europeu Stoxx 600 teve queda de 0,25%, aos 405,86 pontos.

Ao longo da manhã, investidores já operavam com dúvidas sobre os desdobramentos das negociações sino-americanas, analisando a fala ambígua de Trump que afirmou estar "próximo" de um acordo mas, ao mesmo tempo, disposto a elevar tarifas de importação de bens da China "de forma bastante substancial" se as negociações fracassarem.

Os mercados acompanharam hoje, também, a divulgação de indicadores macroeconômicos do continente, que contribuíram para uma busca maior por segurança nos mercados. Mesmo com a produção industrial da zona do euro trazendo números um pouco melhores do que o esperado pelos analistas, ela mostrou alta mensal de apenas 0,1% em setembro ante agosto, com recuo anual de 1,7%. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido desacelerou para 1,5% em outubro, na comparação anual - estava em 1,7% em setembro. Com isso, apesar ter vindo em linha com as projeções, a inflação atingiu o menor nível desde novembro de 2016, afastando-se ainda mais da meta do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), de 2%. Em relação a setembro, a baixa foi de 0,2%, ante expectativas de recuo de 0,1%.

Em Londres, o índice FTSE 100 recuou 0,19%, aos 7.351,21 pontos. As ações da Rio Tinto caíram 1,66%, as da Antofagasta recuaram 1,86% e os papéis do HSBC desvalorizaram 0,22%.

Ainda nesta quarta-feira, foi divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Alemanha, que subiu 1,1% em outubro em relação o mesmo mês de 2018, em linha com as projeções e confirmando dados preliminares. Na margem, a alta foi de 0,1%. Na Bolsa de Frankfurt, o índice DAX fechou com perdas de 0,40%, aos 13.230,07 pontos. As ações do Deutsche Bank amargaram perdas de 4,44%, os papéis Volkswagen recuaram 1,13%.

Em Paris, o índice CAC 40 fechou em queda de 0,21%, aos 5.907,09 pontos. Os papéis do grupo francês de varejo Casino caíram 2,81%. A empresa anunciou hoje que obteve 750 milhões de euros para refinanciamento por meio de oferta pública de compra de títulos e que, com isso, alongou o vencimento de sua dívida. Por outro lado, na semana passada a Comissão Europeia anunciou a abertura de uma investigação antitruste que envolve Casino e Les Mousquetaires (Intermarché). Entre outros destaques, Crédit Agricole perdeu 1,92%, no setor bancário.

Na Itália, o índice FTSE MIB, da Bolsa de Milão, caiu 0,86%, aos 23.578,43 pontos. Entre os papéis mais negociados, Intesa Sanpaolo caiu 1,39% e Telecom Italia, 0,06%.

O índice IBEX 35, da Bolsa de Madri, caiu 1,21%, a 9.194,50 pontos, com as dificuldades do quadro político espanhol no radar. A Oxford Economics ainda destaca em relatório a deterioração da perspectiva fiscal espanhola. Em Lisboa, o PSI 20 teve queda de 0,19%, aos 5.293,74 pontos.

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