O início de 2022 trouxe novos casos de infecção por covid-19 e, por consequência, mais dúvidas sobre a testagem para a detecção do vírus. Após a coleta do exame, caso tenha um resultado positivo, a indicação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é manter o isolamento e acompanhar a evolução da doença em casa, sem necessidade de repetir o teste. Mas se o teste for negativo, em quanto tempo se pode realizar uma nova coleta? Quais são os cuidados a serem tomados? A infectologista Jaqueline Capobiango do HU (Hospital Universitário de Londrina) respondeu à FOLHA essas questões.

Capobiango explica que após coletar o teste e receber um resultado negativo, o ideal é respeitar o período de incubação do vírus para realizar uma nova coleta quando necessário. Segundo a OMS, esse período tem duração média de cinco dias e corresponde ao processo do primeiro contato com o vírus até o início dos sintomas da doença, é o tempo em que o vírus leva para ser replicado nas células do corpo.

‘’Um fator que interfere na sensibilidade do teste é o período de incubação. Se estiver nele, o vírus ainda não está se manifestando e o exame ainda será negativo. É quando após o contato [com um infectado], você espera para avaliar se a pessoa vai desenvolver a doença ou não. Então, um teste coletado muito precocemente após o contato com o vírus pode vir com um falso negativo’’, explica a infectologista.

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O problema de obter o falso negativo é não aderir as medidas de isolamento necessárias como um infectado confirmado e transmitir o vírus para outras pessoas. Com a nova cepa do coronavírus, altamente contagiosa, se agrava o índice de transmissão. O Info Tracker, plataforma criada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade de São Paulo (USP), detectou que neste mês o Brasil atingiu a maior taxa de contágio em um ano e está em 1,06 – cada 100 pessoas infectadas transmitem o vírus para outras 106.

icon-aspas Um teste coletado muito precocemente após o contato com o vírus pode vir com um falso negativo
Jaqueline Capobiango - infectologista do Hospital Universitário de Londrina

A contenção da taxa de transmissão é feita através das medidas sanitárias recomendadas pela OMS, da vacinação e da testagem em massa. Por isso se realça a importância de seguir o intervalo de testagem. Segundo a infectologista, a sensibilidade do teste, ou seja, a capacidade de detectar os infectados, depende desse e de outros fatores: o método de coleta, as condições de transporte da amostra, a quantidade de vírus na pessoa e o período de desenvolvimento de sintomas, por exemplo. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é a responsável pela regularização dos testes de covid-19 no país e acompanha a diligência deles junto à Fiocruz.

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