Apesar de o cenário de hospitalizações relativamente tranquilo se comparado com outras épocas da pandemia de coronavírus, especialistas alertam que a situação pode mudar e para pior com a escalada de confirmações da doença, impulsionada pela ômicron. O infectologista e médico do HU (Hospital Universitário) de Londrina, Marcos Tanita, ressaltou que no ano passado, a média era de 10% dos casos ativos necessitarem de internação. Atualmente, com recordes de cerca de 2.500 casos ativos, o percentual está menor.

Imagem ilustrativa da imagem Cenário da Covid pode piorar com alta transmissão
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

Entretanto, por ser uma variante mais transmissível, mais pessoas doentes podem resultar em mais pacientes em leitos hospitalares. “Os 2.500 casos podem não ser o pico. Se chegar num pico de cinco, seis mil casos, isso vai começar a represar no hospital. O número bruto, se considerar 1% de seis mil, vai dar 60 pessoas. Isso representa um aumento muito grande em relação ao que temos agora”, advertiu.

- Maioria dos internados em Londrina não tem esquema vacinal completo

Segundo o especialista, estudos têm indicado que o pico da ômicron em outros países foi rápido, no entanto, extremamente alto. “Os Estados Unidos tiveram mais de 800 mil casos positivos num único dia. Imagino que talvez esse padrão deve se repetir no Brasil, com um pico maior que outras ondas no passado. Se não tomarmos cuidado, usando máscara, evitando aglomerações e, principalmente, em relação à vacina, esse pico pode piorar aqui”, elencou.

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MEDIDAS DE CONTENÇÃO

Tanita salientou que reforçar os cuidados é essencial neste momento pelo Paraná também enfrentar uma epidemia de gripe H3N2. As medidas de contenção são basicamente as mesmas para as duas doenças de transmissão respiratória. “Se não retomarmos os cuidados, dificilmente teremos um bom controle. Não teremos uma onda, mas vamos entrar num platô e permaneceremos nele. Isso será muito ruim e vai acabar tendo impacto em vários setores da sociedade, inclusive, na economia. Com doentes na faixa produtiva, mais pessoas afastadas e menos trabalhando. A mudança de comportamento tem que ser imediata.”

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