Ao acusar os ministros Barroso e Moraes, do STF, de ameaçar liberdades, Bolsonaro restabelece o conflito com o Judiciário às vésperas do seu possível enquadramento nas milícias das fake news. A sortida agradou a aliados, mas alertou os mais prudentes. E agora André Mendonça pediu detalhamento dos R$ 5,7 bi do fundão eleitoral, tudo explicadinho. É o pandemônio político em meio à pandemia. Ainda há outro: Casa Civil e Economia decidem a parada do orçamento, com Guedes em posição inferior. É assim: contra a ciência e a economia e o negacionismo de agora, como houve aquele da cloroquina, é o da ministra Tereza Cristina, da pasta da Agricultura, se recusar a seguir orientação da Embrapa no plantio da soja. A ministra esteve no Oeste, onde houve perdas de 70% em função da seca.

Melhora?

De repente uma lufada de vento fresco em meio ao calor: o setor de serviços teve alta de 2,4% depois de dois meses de queda, no arranque das tecnologias da comunicação: estamos 4,5% à frente da pré-pandemia, 9% na taxa anualizada. Uma coisa nada tem a ver com outra: o salário mínimo regional do Paraná, maior do Brasil, entre R$ 1.617 e R$ 1.870. Aqui mais de 13 mil empresas aderem ao Simples. O vai e vem de fatos bons ou negativos prossegue e não distrai ninguém da Covid. Por sinal que o número de internados na Grã Curitiba mais que dobrou desde o início da tormenta, em apenas um dia casos de Covid passam de 8.007 a 9.104.

Pesquisa

Lula 43%, Bolasonaro 23%, Moro 9% indica sondagem da Quaest. Falta cilindrada para o homem da Lava Jato aprontar terceira via. Quem está crescendo é Simone Tebet (MDB), ao menos no noticiário. João Doria enfrenta divisionismos em São Paulo, seu chão.

Susto

Mais um recorde mundial, puxado por EUA e Índia, com 3,67 milhões de contaminados num dia. Aumenta a perspectiva de endurecer restrições em vários estados. Há sinais de alarme, como a falta de insumos para exames, análises epidemiológicas decidirão o caminho, mas a saturação dos testes preocupa em escala mundial.

Secretariado

Há diferença mais do que vocabular entre secretariado e sectariado, essa distinção difícil de fazer no governo federal, embora haja segmentos com essa caracterização na administração de Ratinho Junior, que começou a reforma secretarial com a saída de Guto Silva da Casa Civil. Trata-se de ajuste às exigências da lei eleitoral. Até aqui o dono do pedaço é o governador e não apareceu, pelo menos até agora, alguém que o enfrente com chances de endurecer a parada. Requião perdeu o MDB, tentou o PSB e está, como dizia Leonel Brizola, costeando o alambrado do seu velho aliado, sempre na dependência, o PT.

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Mortalidade infantil

Bolsonaro, tentando dar ênfase técnica ao negacionismo, negava expressão a taxas de mortalidade infantil: feito o levantamento soube-se de mais de 300 óbitos. Cartórios registraram a morte de 20 crianças em razão da Covid. Deve ser iniciada a vacinação na segunda-feira e a carga de imunizantes da Pfizer está para chegar.

Confronto

As aparências indicam que a situação fiscal de Curitiba é melhor do que a do governo estadual: comprovam-no as taxas de aumento dos barnabés municipais, diretores, secretários e vereadores. E ainda há essa impressão nos 88 mil liberados do pagamento do IPTU. No município aparenta haver maior rigidez nos controles. O pior é que o Nota Curitiba leva um enorme banho do Nota Paraná.

Folclore

Pedagógica a reação de Québec ao proibir maconha e álcool aos não vacinados com alta de 300% na busca por vacinas. O saudoso Nireu Teixeira costumava dizer que o nome da cidade canadense era uma homenagem ao zagueiro Domingos da Guia, pai do Ademir, com a expressão de espanto "que beque!".

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