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INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO 5m de leitura

O crédito rural e a adoção de novas tecnologias

ATUALIZAÇÃO
22 de agosto de 2021

Lucas V. de Araujo
AUTOR

A agropecuária brasileira está passando por algumas provações. Dentre elas está a escassez de chuva em grande parte do centro-sul do país. Nestes momentos mais complexos, as redes de cooperação se mostram ainda mais importantes e necessárias para o desenvolvimento do agro e país.  

 

O Paraná é um dos estados mais cooperativistas do Brasil. Aqui estão as principais cooperativas da América Latina, as quais correspondem por aproximadamente 60% do PIB estadual. No segmento de cooperativas de crédito o crescimento é bastante acentuado, sobretudo no que diz respeito ao crédito rural.   

Em Julho, primeiro mês da safra 2021/2022, a Cresol liberou mais de R$ 1 bilhão em recursos para os produtores rurais cooperados. Os valores superaram as expectativas e bateram, mais uma vez, o recorde em operações de custeio e investimento. O lastro de parceiros, como o BNDES, ajudou a Cresol a aumentar o volume de recursos e agilizar os processos, simplificando o trabalho do produtor rural.  

O dinheiro vai ser usado em um momento de incertezas. A safra de milho no Paraná, segundo maior produtor brasileiro, foi bastante afetada pelas geadas, estiagem e pragas. A perda é a maior da história no estado. O produtor rural também passou por momentos difíceis na safra 2020/2021, quando a produção de grãos foi 8% menor em comparação com 2019/2020.  

Assim como o crédito rural é um elemento indispensável para financiar a produção, ele também será de grande valia na adoção de tecnologias que minimizem os efeitos negativos de problemas como a estiagem e a ocorrência de pragas. Essas inovações podem vir em forma de máquinas, defensivos agrícolas, sistemas integrados de comunicação, e também pela adoção de práticas de eficácia comprovada e elevada eficiência.  

Poderíamos citar, por exemplo, o Sistema de Plantio Direto (SPD) que busca a produção de alimentos, fibras e energia em harmonia com a natureza. Para isso baseia-se em três pilares: revolver o mínimo possível o solo; a cobertura permanente do solo e a diversificação de plantas na rotação de culturas. Esses pilares credenciaram o SPD como uma das tecnologias recomendadas pelo Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC). O Plano almeja o planejamento de ações sustentáveis que possam responder aos compromissos de redução de emissão de gases do efeito estufa no setor agropecuário assumidos pelo Brasil.  

Em um momento importante como o que estamos passando, no qual o produtor rural está planejando a safra 2021/2022, o crédito rural vai ser de grande importância para o agricultor. Não por acaso, a Cresol superou suas expectativas e já liberou mais de R$ 1 bilhão em recursos para o campo.    

As tecnologias, sobretudo aquelas voltadas à sustentabilidade ambiental e social, têm grande potencial de inovação. Por quê? Veremos em novas colunas.    

*Lucas V. de Araujo: PhD e pós-doutorando em Comunicação e Inovação (USP). Professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), parecerista internacional e mentor Founder Institute. Autor de “Inovação em Comunicação no Brasil”, pioneiro na área. 

A opinião do colunista não representa, necessariamente, a da Folha de Londrina

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